Ex-braço direito de Lula condenado a 23 anos de prisão por corrupção

José Dirceu, disse o juiz que conduz a Operação Lava Jato, recebeu subornos até quando estava a ser julgado no escândalo do Mensalão.

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José Dirceu deve recorrer da sentença Maurício Lima/AFP

José Dirceu, que foi o braço direito de Lula da Silva quando este foi Presidente do Brasil, foi condenado esta quarta-feira a 23 anos e três meses de prisão por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro pelo juiz Sérgio Moro, que conduz a investigação ao esquema de corrupção na Petrobras conhecida como Operação Lava Jato.

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José Dirceu, que foi o braço direito de Lula da Silva quando este foi Presidente do Brasil, foi condenado esta quarta-feira a 23 anos e três meses de prisão por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro pelo juiz Sérgio Moro, que conduz a investigação ao esquema de corrupção na Petrobras conhecida como Operação Lava Jato.

Dirceu, que foi chefe da Casa Civil entre 2003 e 2005, durante o primeiro Governo Lula (Partido dos Trabalhadores) já fora condenado a 11 anos de prisão por corrupção no âmbito do caso do Mensalão, um esquema de pagamentos a deputados em troca de votos no Congresso — passou apenas um ano na cadeia. Voltou a ser detido em Agosto de 2015, acusado de usar a sua rede de influências para nomear pessoas do seu interesse para a Petrobras e de ter recebido dinheiro para influenciar a concessão de contratos na petrolífera.

Na sentença, Sérgio Moro disse que Dirceu recebeu 15 milhões de reais (três milhões e setecentos mil euros) indevidamente. A defesa argumentara que a verba diz respeito a pagamentos feitos à empresa de consultadoria de Dirceu; a acusação insistiu que esse serviços nunca existiram, de facto, como tal e que se tratou de dinheiro de "luvas", com prejuízo para a Petrobras.

"O mais perturbador", diz Moro na sentença, citada pela Folha de São Paulo, "consiste no facto de que recebeu subornos enquanto estava a ser julgado pelo Supremo Tribunal. (...) Nem o julgamento condenatório pela mais alta instância do país representou factor inibidor de reiteração criminosa, embora em outro esquema ilícito".

José Dirceu deve recorrer desta decisão.