Dois advogados detidos por suspeita de rapto e homicídio de empresário

Empresário da construção civil foi levado há mais de dois meses por um grupo. PJ do Porto deteve mais cinco empresários que terão sido contratados pelos advogados para matar a vítima.

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Fernando Veludo/NFACTOS

Dois advogados foram detidos esta terça-feira por suspeita de estarem envolvidos no sequestro e morte de um empresário em Braga. A PJ deteve também cinco empresários do Porto, que se dedicariam a cobranças difíceis, e que terão sido contratados pelos dois advogados para matar o empresário da construção civil, João Paulo Fernandes, de 42 anos. Os detidos têm entre 27 e 41 anos e serão presentes esta quarta-feira a um juiz de instrução em Guimarães para a aplicação de eventuais medidas de coacção. Estão indiciados por sequestro e homícidio.

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Dois advogados foram detidos esta terça-feira por suspeita de estarem envolvidos no sequestro e morte de um empresário em Braga. A PJ deteve também cinco empresários do Porto, que se dedicariam a cobranças difíceis, e que terão sido contratados pelos dois advogados para matar o empresário da construção civil, João Paulo Fernandes, de 42 anos. Os detidos têm entre 27 e 41 anos e serão presentes esta quarta-feira a um juiz de instrução em Guimarães para a aplicação de eventuais medidas de coacção. Estão indiciados por sequestro e homícidio.

A 11 de Março, João Paulo Fernandes foi levado por um grupo, não tendo sido visto por mais ninguém. Na altura em que foi sequestrado, estaria junto a casa, em Braga, ao lado da filha, de 8 anos. A vítima terá sido morta poucas horas depois. Porém, o corpo ainda não apareceu e, por isso, a investigação da PJ continua no sentido de serem recolhidos mais indícios que possam contribuir para o descobrir.

Estes dois juristas de Braga, irmãos, eram advogados da vítima em 2011. Nessa altura, no âmbito de processos judiciais em que o defendiam, levaram-no a assinar vários documentos, através dos quais acabaram por ficar com quase todo o seu património. No total, entre várias casas e terrenos, os investigadores acreditam que o valor do património ascenderá a vários milhões de euros.

Já em 2013, perante a descoberta de que tinha ficado sem o seu património, João Paulo Fernandes, apresentou uma queixa-crime contra estes dois advogados no sentido de reaver os seus bens. Este processo ainda estará a decorrer em tribunal. Os juristas, contudo, esperando uma decisão desfavorável neste processo judicial, terão considerado que planear o homicídio de João Paulo Fernandes seria a única forma de manter o património.

Na operação desta terça-feira, que contou com cerca de uma centena de inspectores da PJ do Porto, foram feitas 15 buscas, em casas, automóveis e armazéns, em Braga e no Porto. Um dos empresários detidos, que são descritos como extremamente perigosos, tem antecedentes criminais por “homicídio na forma tentada e tráfico de estupefacientes”, adiantou a PJ em comunicado.

Na acção, baptizada de Operação Fireball, foram ainda realizadas buscas nos escritórios dos advogados e estabelecimentos e a apreendidas “várias armas de fogo, gorros, algemas, elevadas quantias de dinheiro, viaturas, entre outros objectos e documentos com relevância probatória”, segundo a polícia.