PAN marca protesto no Porto contra localização do festival Marés Vivas
Manifestação está agendada para a Rotunda da Boavista, junto à MEO, patrocinadora oficial do festival
O partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) apelou esta terça-feira à participação de todos "os cidadãos disponíveis" na manifestação contra a realização do festival Marés Vivas junto ao Estuário do Douro agendada para quinta-feira. O protesto, organizado pelo PAN e pelo movimento associativo SOS Estuário do Douro, está marcado para as 17h na rotunda da Boavista, no Porto, em frente à MEO, empresa patrocinadora do evento, que os manifestantes querem alertar.
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O partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) apelou esta terça-feira à participação de todos "os cidadãos disponíveis" na manifestação contra a realização do festival Marés Vivas junto ao Estuário do Douro agendada para quinta-feira. O protesto, organizado pelo PAN e pelo movimento associativo SOS Estuário do Douro, está marcado para as 17h na rotunda da Boavista, no Porto, em frente à MEO, empresa patrocinadora do evento, que os manifestantes querem alertar.
"Juntamo-nos a este movimento de cidadãos para dar voz à defesa da fauna e flora da reserva do Douro", afirmou à Lusa Bebiana Cunha, Comissária Política Nacional e ex-cabeça de lista pelo PAN no Porto. A responsável explicou que com a manifestação se pretende "alertar a empresa patrocinadora sobre o lugar onde se vai realizar o festival", um espaço "em cima de uma reserva".
Desde o início do ano que a nova localização escolhida para a 14.ª edição do festival de Verão, junto à reserva do Estuário do Douro, tem motivado críticas de associações ambientalistas e a criação do movimento SOS Estuário. O PAN quer assim "mostrar o que se está a passar, tendo a esperança que os patrocinadores e a Câmara Municipal de Gaia encontrem outro local".
O partido garante não estar "contra o festival" que, defende, "é um evento que se deve manter, mas deve ser realizado noutro local, que não ponha em causa uma reserva". O novo local escolhido, acrescenta a responsável pelo PAN/Porto, "é a cinco metros da reserva" do Estuário do Douro onde "há registos de espécies protegidas como o lagarto de água". "Tudo o que se vai passar em três dias (...) pode pôr em causa todo o ecossistema", critica Bebiana Cunha para quem "o princípio deve ser o de precaução".
Segunda-feira o presidente da Câmara de Gaia admitiu que terá de procurar uma alternativa para realizar o festival Marés Vivas se não for possível recuperar o atraso causado pela acção judicial da Quercus.
Os trabalhos de preparação do novo espaço, no Vale de S. Paio junto à reserva do Estuário do Douro, estiveram parados pelos efeitos suspensivos de uma providência da Quercus e a câmara vai agora avaliar "quais os danos" causados e "se é possível recuperar os 15 dias" de paragem.
Um dos vereadores da oposição, o social-democrata Firmino Pereira, disse mesmo que "se estivesse no lugar do presidente, e dada a polémica que está instalada e que pode pôr em causa a realização do festival, equacionava o regresso do festival ao local onde foi nos últimos anos".
Num comunicado divulgado em Abril, o PAN pronunciou-se "contra a realização da edição do festival MEO Marés Vivas deste ano, no limite sul/poente da Reserva Natural Local do Estuário do Douro (RNLED) -- criada pelo Regulamento n.º 82/2009 -- na medida em que entende ser imprudente a realização do festival a escassos metros desta reserva".
"Apesar de ser uma pequena reserva de 60 hectares, a RNLED é um refúgio ornitológico que faz parte da Rede de Parques de Vila Nova de Gaia, cujo PDM [Plano Director Municipal] prevê a sua integração na Reserva Ecológica Nacional", acrescentava.
A Câmara de Gaia remete esclarecimentos para quarta-feira.