Festival Marés Vivas regressa à Praia do Cabedelo
Câmara alega que, por causa da providência cautelar interposta pela Quercus, preparação do evento no novo local ficou demasiado atrasada.
O festival Marés Vivas vai regressar ao local original, junto à Praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, anunciou a autarquia que irá imputar os prejuízos resultantes a "todos aqueles que torpedearam" o evento, referindo-se à Quercus que interpôs uma providência cautelar para impedir a realização do festival perto dos limites da Reserva Natural do Estuário do Douro.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O festival Marés Vivas vai regressar ao local original, junto à Praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, anunciou a autarquia que irá imputar os prejuízos resultantes a "todos aqueles que torpedearam" o evento, referindo-se à Quercus que interpôs uma providência cautelar para impedir a realização do festival perto dos limites da Reserva Natural do Estuário do Douro.
"Estando ainda disponível o espaço anterior, localizado a 900 metros do novo Parque Urbano de Canidelo, optamos por assumir não impedir o festival, não hipotecando a sua viabilização e assumimos, articuladamente com a organização e as entidades tutelares, realizá-lo no espaço anterior", informou à Lusa a câmara de Gaia.
"A complexidade da preparação e das montagens de equipamentos, feita com prazos apertados, ressentiu-se do interregno de 27 dias, resultante do efeito suspensivo da providência cautelar", explica a câmara, acrescentando que "os custos necessários para compensar as quatro semanas de paragem, para além de muito acentuados, não permitiriam garantir o cumprimento atempado das responsabilidades assumidas com os patrocinadores, músicos e com o público em geral".
A câmara tinha dito, na segunda feira, que se tinham perdido 15 dias - agora fala em 27 - e que iria avançar com uma acção judicial, com pedido de indemnização, à Quercus. “Mas duvido que algum tribunal condene a Quercus”, respondeu ao PÙBLICO, o presidente da direcção nacional daquela associação, João Branco.
O ambientalista prometeu “lutar até ao fim para defender o interesse público e do ambiente”. Precisamente o interesse público e a grande urgência da realização do evento foram invocados pela câmara para ter luz verde do executivo, esta segunda-feira, “à resolução fundamentada que suspende os efeitos da providência cautelar” interposta pela Quercus. Esta decisão do executivo permitiria avançar com os trabalhos no local, algo que agora não se concretizará.
Entretanto, o partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) apelou nesta terça-feira à participação de todos “os cidadãos disponíveis” na manifestação contra a realização do Marés Vivas junto ao Estuário do Douro agendada para quinta-feira. O protesto, organizado pelo PAN e pelo movimento associativo SOS Estuário do Douro, está marcado para as 17h00 na rotunda da Boavista, Porto, em frente à MEO, empresa patrocinadora do evento.
Recorde-se que, além das providências cautelares, os ambientalistas escreveram aos cabeças de cartaz do festival, como Elton John, pedindo-lhes que não participassem num evento que teria consequências ambientais.