Drones deixam elefantes africanos… de trombas

Investigadores da Universidade de Duke levaram drones até ao Gabão para monitorizar a vida selvagem. Os elefantes não gostaram — pensaram que eram abelhas

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kolibri5/Pixabay

No início deste ano, investigadores da Universidade de Duke, nos EUA, viajaram para o continente africano com um objectivo e acabaram por fazer uma descoberta por acaso. Segundo a "The Atlantic", um grupo de cientistas deslocou-se até ao Gabão para monitorizar a diminuição de elefantes no território. Levaram três drones para contar os mamíferos, seguir as manadas e mapear as suas migrações. No entanto, nada correu como o esperado.

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No início deste ano, investigadores da Universidade de Duke, nos EUA, viajaram para o continente africano com um objectivo e acabaram por fazer uma descoberta por acaso. Segundo a "The Atlantic", um grupo de cientistas deslocou-se até ao Gabão para monitorizar a diminuição de elefantes no território. Levaram três drones para contar os mamíferos, seguir as manadas e mapear as suas migrações. No entanto, nada correu como o esperado.

Quando os elefantes se aperceberam da presença dos drones, que pairavam a cerca de 7 a 90 metros de altura, ficaram agitados e alguns começaram mesmo a correr. Houve até um caso em particular onde uma aliá — a fêmea do elefante — usou a sua tromba para atirar lama ao drone. À revista norte-americana, Missy Cummings, directora do Laboratório Robótico de Duke, disse o fez para proteger a sua cria que se encontrava ao seu lado.

Os cientistas acreditam que os elefantes reagem desta forma porque acreditam que os drones são abelhas, até porque o som emitido é semelhante. E os elefantes não gostam de abelhas. Nem um bocadinho. “As trombas dos elefantes africanos podem protegê-los de tudo, menos, claro, das garras dos predadores como os leões. Contudo, há ainda uma espécie da qual não se conseguem defender: as abelhas africanas. Estas picam-lhes os olhos, põem-se atrás das suas orelhas e entram dentro das suas trombas”, explicou Ed Yong, escritor e investigador cientifico.

O próximo passo passa por avaliar as similitudes entre o zumbir das abelhas e o barulho dos drones. “Estamos a fazer uma análise à frequência do som dos pequenos drones para descobrirmos quão semelhante são estes barulhos e, consequentemente, ver o que pode ser feito para acabar com estas consequências negativas”, conclui Missy Cummings. Também está em análise a possibilidade de usar outros tipos de drone, talvez mais pequenos ou maiores, que fazem menos e mais barulho e emitem diferentes frequências. Os trombudos agradecem.