Papa parece abrir a porta a mulheres diáconos
Vaticano diz que é preciso esclarecer intenções de Francisco, depois de conversa com religiosas
Num encontro com centenas de religiosas, Francisco respondeu positivamente à proposta de uma freira, que lhe perguntou se não será tempo de estudar a possibilidade de as mulheres se tornarem diáconos, clérigos ordenados, como os padres, mas que não celebram missa nem confessam os crentes.
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Num encontro com centenas de religiosas, Francisco respondeu positivamente à proposta de uma freira, que lhe perguntou se não será tempo de estudar a possibilidade de as mulheres se tornarem diáconos, clérigos ordenados, como os padres, mas que não celebram missa nem confessam os crentes.
“Constituir uma comissão oficial que possa estudar a questão?”, disse Francisco, citado pela imprensa italiana. “Acredito que sim. Seria bom para a Igreja clarificar este ponto, concordo. Vou avançar com algo do género”, acrescentou o Papa argentino.
Francisco lembrou que nos primeiros séculos da vida da Igreja Católica as mulheres serviram como diáconos. Depois, durante muito tempo, servir como diácono passou a ser uma fase que antecedia tornar-se padre, mas o Concílio Vaticano II restabeleceu o diaconato permanente, acessível a homens casados.
Sem tomar quaisquer medidas concretas, este Papa já disse várias vezes que é preciso diminuir a desigualdade entre homens e mulheres na Igreja.
O porta-voz Federico Lombardi afirmou já que não é claro o que Francisco quis dizer e explicou que as transcrições do encontro desta quinta-feira serão examinadas. Os comentários do Papa, sublinhou, aconteceram numa “conversa espontânea” com uma freira.