Mais de 80 mortos em três explosões em Bagdad
Estado Islamico reivindicou ataque no mercado em Sadr City, uma zona xiita.
Pelo menos 82 pessoas morreram nas explosões de três carros armadilhados na capital iraquiana, Bagdad. O ataque mais mortífero, reivindicado pelo Estado Islâmico, ocorreu num mercado no bairro xiita de Sadr City, durante a hora de maior movimento - só aqui morreram 64 pessoas e 87 ficaram feridas.
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Pelo menos 82 pessoas morreram nas explosões de três carros armadilhados na capital iraquiana, Bagdad. O ataque mais mortífero, reivindicado pelo Estado Islâmico, ocorreu num mercado no bairro xiita de Sadr City, durante a hora de maior movimento - só aqui morreram 64 pessoas e 87 ficaram feridas.
As outras duas epxlosões tiveram lugar em Kadhimiya (norte da cidade) e Jamia (este) - 18 mortos.
O primeiro ataque ocorreu cerca das 10h locais (8h em Lisboa). Um SUV carregado de explosivos explodiu perto de um cabeleireiro, refere a Reuters. A maior parte das vítimas são mulheres e muitos dos feridos estão em estado grave; algumas das pessoas que morreram no cabeleireiro eram noivas que se preparavam para so seus casamentos, diz a BBC.
Mas o Estado Islâmico adiantou que o alvo eram milicianos xiitas, segundo informou a agência Amaq, que o apoia. Os extremistas sunitas consideram os xiitas hereges, e por isso estes estão frequentemente debaixo dos seus ataques.
O Estado Islâmico controla grandes parcelas de território no Norte e Ocidente do Iraque. As forças governamentais, apoiadas pela coligação liderada pelos Estados Unidos e forças paramilitares maioritariamente xiitas, conseguiram reconquistar algum do território que tinha sido tomado pelo EI em 2014, mas não têm tido sucesso em impedir os ataques em Bagdad, realça a BBC.
A segurança foi sendo gradualmente melhorada na capital, que há uma década era palco de bombardeamentos praticamente diários, mas a violência dirigida tanto contra as suas forças de segurança como contra os civis é ainda frequente, e grandes explosões por vezes desencadeiam ataques em retaliação. As zonas comerciais são um dos alvos regulares. Em Fevereiro, 70 pessoas morreram num atentado idêntico a este em Sadr City – o mais sangrento em vários meses.
O último atentado reivindicado pelo EI foi no dia 1 de Maio, e ocorreu em Samawa, uma região predominantemente xiita no Sul do Iraque, quando um carro armadilhado explodiu, matando pelo menos 33 pessoas.
A luta contra o Estado Islâmico veio exacerbar um já longo conflito sectário no país, que ameaça os esforços conduzidos por Washington para erradicar os islamistas.
A nova onda de violência surge no momento em que o Iraque atravessa uma grave crise política. Em finais de Abril, vários partidos opuseram-se ao projecto do primeiro-ministro, Haidar al-Abadi, de pôr em prática um Governo de tecnocratas. Como resposta, milhares de iraquianos – apoiantes do líder xiita radical Moqtada al-Sadr – marcharam até à entrada da Zona Verde, a vasta área fortificada no centro de Bagdad onde fica o Parlamento, o Palácio Presidencial e a maioria das embaixadas.