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Quem é que pode achar graça ao House of Cards se acompanhar a política no Brasil?
Sei por Kathleen Gomes no PÚBLICO online de ontem que Waldir Maranhão, o presidente interino da Câmara dos Deputados anulou o processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff. "Não é claro", diz ela, "se a decisão de Maranhão tem autoridade para reverter o processo, uma vez que ele já se encontra no Senado".
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Sei por Kathleen Gomes no PÚBLICO online de ontem que Waldir Maranhão, o presidente interino da Câmara dos Deputados anulou o processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff. "Não é claro", diz ela, "se a decisão de Maranhão tem autoridade para reverter o processo, uma vez que ele já se encontra no Senado".
Nada é claro na política brasileira mas o turvamento é irregularmente interrompido por clarões relampejantes. Como disse a própria Dilma "Tenham cautela porque vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas".
Vou mandar esculpir essas palavras em pedra lioz. Também daria um subtítulo catita para um jornal diário.
Quem é que pode achar graça ao House of Cards se acompanhar a política no Brasil?
O Supremo Tribunal Federal suspendeu o mandato do antecessor de Maranhão: o malandro-mor, Eduardo Cunha, que deu início à bizarra tentativa de destituir a Presidente. A lista de manhas e artimanhas atribuidas a Eduardo Cunha é comprida de mais para ser lida por uma só pessoa.
Seria mais simples tentar compilar uma lista, provavelmente breve, de políticos e políticas brasileiras insuspeitas de manhas e artimanhas. Em sistemas políticos menos espectaculares as manhas e artimanhas da classe política são escondidas com tácitas cumplicidades.
No Brasil não têm saco para esse tédio. O saco é para guardar o dinheiro. A política é para fazer teatro de ódios, denúncias, vinganças e traições. O que interessa é divertir. E eles divertem tudo.