Álvaro Siza e Alejandro Aravena partem pedra portuguesa em projecto da Experimenta
Ateliers de arquitectura e dezenas de designers juntam-se em Primeira Pedra, um projecto de divulgação internacional do mármore e do granito português. Peças de arquitectos reveladas já na Bienal de Veneza.
Álvaro Siza, Alejandro Aravena ou Amanda Levete são alguns dos arquitectos que, já na iminente Bienal de Arquitectura de Veneza, vão apresentar projectos com base na pedra portuguesa a convite da ExperimentaDesign e da Assimagra. Em diferentes dimensões e à boleia de eventos-chave do design, das artes ou da arquitectura, Primeira Pedra é um programa de internacionalização que vai levar o mármore ou o granito portugueses a Basileia, Nova Iorque, Milão, Dubai e Londres – além de Lisboa - através do trabalho de cerca de 35 arquitectos e designers portugueses e estrangeiros.
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Álvaro Siza, Alejandro Aravena ou Amanda Levete são alguns dos arquitectos que, já na iminente Bienal de Arquitectura de Veneza, vão apresentar projectos com base na pedra portuguesa a convite da ExperimentaDesign e da Assimagra. Em diferentes dimensões e à boleia de eventos-chave do design, das artes ou da arquitectura, Primeira Pedra é um programa de internacionalização que vai levar o mármore ou o granito portugueses a Basileia, Nova Iorque, Milão, Dubai e Londres – além de Lisboa - através do trabalho de cerca de 35 arquitectos e designers portugueses e estrangeiros.
Primeira Pedra “é um programa de investigação e internacionalização para reposicionar e criar uma nova imagem” desta matéria-prima portuguesa, explica Guta Moura Guedes ao PÚBLICO esta terça-feira, dia em que foi apresentado o projecto. A ExperimentaDesign, que integra a iniciativa que durará 18 meses no âmbito dos seus projectos de investigação intercalares dos anos de bienal, produz e comissaria a Primeira Pedra depois de a Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins (Assimagra) se ter candidatado e recebido fundos comunitários no valor de 1,4 milhões de euros no âmbito do Quadro 20/20 e do programa Compete. O grosso dos eventos e resultados práticos do programa é para 2017, mas Siza na Bienal de Veneza era um ponto de partida obrigatório, descreve Moura Guedes.
O foco nos materiais - neste caso com base na grande diversidade dos mármores e granitos do solo português, mas que também já se fez, por exemplo, com a cortiça - faz parte do discurso de ligação de actividades como o design ou a arquitectura à indústria e também da estratégia conceptual de promoção dos sectores no mercado global da ExperimentaDesign. “O tema dos materiais é uma questão matricial para quem projecta”, defende a presidente da Experimenta, e no panorama internacional vai ao encontro da tendência de “revisitar os materiais nobres, o ferro, a madeira, a pedra, a cortiça”, exemplifica, que informa também a sua orientação curatorial.
Aqui, trata-se do “cluster da pedra portuguesa, liderado pela Assimagra” (e que inclui cerca de 40 das 1500 empresas do sector), como define a Experimenta, a entidade que vai mostrar o que designers gráficos conseguem fazer com a pedra em duas dimensões, ou os arquitectos a três dimensões e em projectos com “uma escala ligada à cidade”.
A acção, que tem três projectos centrais, começa em Veneza já com com Resistance, em que cinco arquitectos e ateliers de primeira linha vão trabalhar a resistência do material, ligando-se ao tema da Bienal, Reporting from the front, que arranca dia 28 com o tema com curadoria do chileno Alejandro Aravena. O atelier Elemental, do arquitecto chileno, é um dos convidados para Primeira Pedra, que inclui ainda o Pritzker português Álvaro Siza, representante de Portugal na Bienal com o seu projecto de loteamento de habitação social que ficou por construir na ilha veneziana de Giudecca, a sueca Mia Hägg e a britânica Amanda Levete (autora do projecto do edifício do novo Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia da Fundação EDP) e o indiano Bijoy Jain. As peças, diz Guta Moura Guedes, reservando mais detalhes para uma futura apresentação, ficarão na mesma zona do pavilhão de Portugal, na Giudecca, e inauguram dia 25.
Depois, em Basileia e a aproveitar a feira Art Basel, em Junho de 2017 outros sete arquitectos vão trabalhar outras pedras. É o Still Motion. Os designers gráficos entram em cena em Abril de 2017 à margem do Salone del Mobile de Milão, no Fuorisalone di Milano, um dos maiores eventos do sector do mundo, e na Dubai Design Week em Outubro do mesmo ano. Com nomes ainda por anunciar, vão pensar cores, texturas e o lado visual da pedra, sendo que vão também estar em Lisboa e Vila Viçosa em Setembro para workshops e uma visita a uma pedreira de mármore que será cenário de um espectáculo multimédia e de videomapping (responsabilidade da ALTA_International Creative Alliance, que também é responsável pela plataformas móveis de comunicação associadas a Primeira Pedra).
O terceiro ramo do projecto é Common Sense, desta feita com designers de produto entre objectos do quotidiano e a pedra em duas fases, a primeira na NYC Design Week em Maio de 2017 e a segunda no London Design Festival, em Setembro.
As empresas integrantes do cluster comprometeram-se a produzir as peças saídas deste programa, sendo que não existindo oficialmente um intuito de comercialização, diz Guta Moura Guedes, “é inegável” que têm esse potencial directo e também indirecto, através do conhecimento que estes profissionais passam a ter destes produtores.
A apresentação final do projecto acontecerá em Portugal em Outubro de 2017 e Primeira Pedra dará também origem a um documentário em parceria com a RTP.