Coreia do Norte só usará armas nucleares em caso de ameaças à sua soberania
Durante o congresso do Partido dos Trabalhadores, Kim Jong-un traçou as suas linhas vermelhas.
O líder da Coreia do Norte garantiu, neste domingo, que irá limitar a utilização de armas nucleares a situações de ameaças à soberania do país. A informação está a ser avançada pela BBC, que cita a agência de notícias ligada ao governo de Kim Jong-un, e por agências de notícias internacionais, que falam também da apresentação de um novo plano quinquenal para dinamizar a economia.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O líder da Coreia do Norte garantiu, neste domingo, que irá limitar a utilização de armas nucleares a situações de ameaças à soberania do país. A informação está a ser avançada pela BBC, que cita a agência de notícias ligada ao governo de Kim Jong-un, e por agências de notícias internacionais, que falam também da apresentação de um novo plano quinquenal para dinamizar a economia.
Durante o congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que está a decorrer desde sexta-feira em Pyongyang, capital da Coreia, Kim Jong-un disse aos delegados que pretende normalizar as relações com os países anteriormente considerados hostis.
"A nossa República não vai usar armas nucleares a menos que sua soberania seja posta em causa por forças hostis agressivas com recurso a armas nucleares”, anunciou o líder citado pela agência de notícias KCNA.
Kim acrescentou ainda que o seu governo vai “melhorar e normalizar” as relações com os países que respeitem a soberania e que, apesar de terem sido hostis no passado, sejam agora amistosos para com a Coreia do Norte. Kim Jong-un disse, nomeadamente, que é necessário reforçar as conversações com a Coreia do Sul para construir um ambiente de confiança e compreensão.
Acrescentou ainda que o país irá "fielmente cumprir a sua obrigação de não-proliferação e de lutar pela desnuclearização global".
Contudo, a BBC cita um correspondente no terreno que afirma que o líder da Coreia do Norte está a enviar mensagens contraditórias aos líderes mundiais e que os movimentos observados nas instalações nucleares do país indiciam a preparação de novos testes.
A Coreia do Norte fez o seu primeiro teste com armas nucleares em 2006, após de ter rasgado um tratado internacional. Depois disso, fez repetidas ameaças de uso de armas nucleares contra a Coreia do Sul e os EUA.
Líder apresenta estratégia de crescimento
De acordo com Rodong Sinmun (citado pelas agências de notícias internacionais), o jornal oficial do comité central do Partido dos Trabalhadores, o líder norte-coreano apresentou uma estratégia a cinco anos para estimular o crescimento económico do país, numa altura em que a Coreia do Norte enfrenta duras sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU.
"Acima de tudo é necessário cumprir esta estratégia de cinco anos de desenvolvimento económico do Estado entre 2016 e 2020 (...), e neste período resolver o problema energético", assegurou Kim Jong-un durante a apresentação de um relatóri, assegurando que "é necessário melhorar a vida dos cidadãos, aumentando a produção na agricultura e na indústria ligeira".
"A meta da estratégia é preparar uma base que permita desenvolver de maneira sustentável a economia do país ao promover a economia nacional e assegurar o equilíbrio entre os diferentes scetores da energia", disse o líder perante os quase 3500 delegados que assistem aos três dias de congresso
Entre as medidas expostas, Kim Jong-un indicou que é "desejável aumentar a geração de energia nuclear enquanto se constroem mais centrais hidroelétricas e se amplia o uso de energias renováveis".
Este é o sétimo congresso do partido único da Coreia do Norte e o primeiro desde 1980 e confirmará Kim como líder.