Morreu o torturador de Dilma durante a ditadura brasileira
A Presidente do Brasil foi espancada e torturada com choques eléctricos.
O capitão do exército brasileiro que, na década de 1970, torturou Dilma Rousseff, a Presidente do Brasil, morreu na quinta-feira em São Paulo.
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O capitão do exército brasileiro que, na década de 1970, torturou Dilma Rousseff, a Presidente do Brasil, morreu na quinta-feira em São Paulo.
Durante a ditadura brasileira, que durou de 1964 a 1985, Dilma pertenceu à guerrilha marxista e foi presa e submetida a torturas. De acordo com os testemunhos recolhidos pela Comissão da Verdade, que investigou os crimes da ditadura, Homero César Machado foi responsável pela tortura de pelo menos quatro pessoas - foi o dirigente da Operação Bandeirantes (o centro de informações do Exército para combater as organizações armadas de esquerda) e foi chefe de interrogatório do Doi-Codi (outro centro de informação e repressão) entre 1969 e 1970.
Segundo o relatório da Comissão da Verdade citado pela Folha de São Paulo, Machado terá sido o responsável por “tortura até a morte e ocultação de cadáver" do militante da Ação Libertadora Nacional Virgílio Gomes da Silva, preso na capital paulista a 29 de Setembro de 1969.
Foi também acusado de torturar o frade dominicano Frei Tito (1945-1974), que se suicidou depois de ser torturado, e Heleny Ferreira Telles Guariba, que desapareceu em julho de 1971.
Numa entrevista à Folha em 2005, Dilma Rousseff disse que quando esteve presa, entre Janeiro de 1970 (tinha 22 anos) e 1973, levou "muita palmatória". Quem lhe batia, perguntaram à actual Presidente? "O capitão Maurício sempre aparecia. Ele não era interrogador, era da equipe de busca. Dos que dirigiam, o primeiro era o Homero”.
A Presidente contou que foi também torturada com choques elétricos nos pés, mãos, coxas, orelhas, cabeça e nos bicos dos seios. Dilma foi militante operacional da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares e Comando do Libertação Nacional.
O antigo capitão morreu com 75 anos. No Brasil, apesar da investigação feita aos crimes da ditadura - que concluiu que foram mortas ou desapareceram mais de 400 pessoas -, não houve julgamentos pois foi aprovada uma amnistia.