Contra as obras no Eixo Central buzinar, buzinar
Na próxima terça-feira, pelas 18h30, um buzinão dará "voz" ao protesto dos moradores lisboetas contra as obras de requalificação no Eixo Central.
Os moradores da zona do Eixo Central de Lisboa estão descontentes com a forma como as obras de requalificação estão a decorrer e querem ser ouvidos. Para tal, estão a organizar-se para um buzinão na próxima terça-feira, pelas 18h30, na zona do Marquês de Pombal. O protesto sonoro acontece justamente uma semana depois do início das obras.
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Os moradores da zona do Eixo Central de Lisboa estão descontentes com a forma como as obras de requalificação estão a decorrer e querem ser ouvidos. Para tal, estão a organizar-se para um buzinão na próxima terça-feira, pelas 18h30, na zona do Marquês de Pombal. O protesto sonoro acontece justamente uma semana depois do início das obras.
Durante a primeira semana de obras, o trânsito esteve condicionado, confirmando o receio levantado por alguns lisboetas face aos próximos nove meses em que estas vão decorrer. Contactado pelo PÚBLICO, o presidente da Câmara de Lisboa garantia que até ao final desta semana o trânsito estaria normalizado, mas os lisboetas não parecem convencidos.
Luís Andrade, um dos moradores afectado pelas obras, queixa-se de falta de informação e de “uma enorme falta de organização”. “Soube do projecto muito tarde”, começa por contextualizar ao PÚBLICO, “tenho falado com as pessoas, até com taxistas, que não sabem o que está a acontecer, nem quais as vias afectadas”.
Para o lisboeta, “as obras estão a ser feitas de forma apressada”, o que inspirou o nome do movimento que, para já, conta com cerca de 70 pessoas. “Lisboa – Estaleiro Eleitoral” pretende marcar a sua presença nas redes sociais, de forma a sensibilizar mais pessoas para o movimento.
“Para um projecto tao importante continua a haver um enorme desconhecimento”, considera. O movimento pede “a suspensão da obra” até que “seja feita uma discussão séria com o conhecimento de todos os lisboetas”.
Quem vai seguramente buzinar na terça-feira é o vereador do CDS na Câmara de Lisboa, que não tem dúvidas de que a obra em execução representa “um erro em termos de mobilidade”. “Este projecto municipal, com as correcções que muito a contragosto acabaram por ser aceites, garante a mobilidade pedonal e ciclável mas compromete a mobilidade automóvel”, sublinha João Gonçalves Pereira, criticando que numa intervenção “no eixo mais importante da cidade” não se tenha tido a preocupação de “acomodar as várias valências”.
O vereador centrista diz que quando teve conhecimento desta iniciativa, promovida por “um movimento de cidadãos”, decidiu, “de imediato”, associar-se a ela. “Não só vou buzinar como ajudarei a divulgar”, garantiu ao PÚBLICO. Para o autarca, este buzinão deve ser interpretado como uma manifestação de descontentamento, mas também como uma prova de “indignação”, que “surge de as pessoas só agora começarem a perceber o que ali vai ser feito”.
João Gonçalves Pereira insiste que não é só durante os nove meses de obra que a circulação automóvel vai estar “comprometida” e fala numa “obra eleitoralista”, “feita à pressa” a pensar nas autárquicas de 2017.
Orçada em 7,5 milhões de euros, a obra que começou agora a ser executada inclui a requalificação da Avenida da República, da Praça do Saldanha, de Picoas e da Avenida Fontes Pereira de Melo.