Dívida das empresas públicas baixou 1600 milhões
Endividamento do sector empresarial do Estado foi diminuindo nos nove primeiros meses de 2015 mas ainda está próximo dos 34 mil milhões.
As empresas do Sector Empresarial do Estado (SEE) conseguiram reduzir o nível de endividamento nos nove primeiros meses do ano passado em 1558 milhões de euros, em relação ao valor da dívida registado no final de 2014, baixando-a para um valor próximo dos 34 mil milhões de euros.
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As empresas do Sector Empresarial do Estado (SEE) conseguiram reduzir o nível de endividamento nos nove primeiros meses do ano passado em 1558 milhões de euros, em relação ao valor da dívida registado no final de 2014, baixando-a para um valor próximo dos 34 mil milhões de euros.
Apesar de se registar uma redução de 5%, a dívida superava nessa altura o objectivo previsto nos orçamentos das empresas. A diferença era de 290 milhões de euros, de acordo com o relatório trimestral das empresas do SEE, publicado nesta terça-feira pela UTAM, a Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Sector Público do Estado.
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Ainda que o valor global da dívida tenha diminuído em relação ao final de 2014, altura em que atingiu 35,2 mil milhões de euros, o montante é superior ao que se registava no período homólogo, ou seja, no terceiro trimestre de 2014. Nessa altura, e de acordo com um relatório da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, o endividamento das empresas públicas era de 31,7 mil milhões de euros, o que significa que entretanto houve um aumento de 6%.
A redução de 1600 milhões de euros na dívida face a Dezembro de 2014 deveu-se sobretudo ao sector dos transportes e armazenagem, onde houve uma diminuição de 1300 milhões, o que foi possível pela amortização de dívida feita pela CP e a Refer.
Foi neste sector – que representa quase dois terços do valor total do endividamento do sector empresarial do Estado, com mais de 21 mil milhões de euros – onde se registaram os maiores desvios face ao que estava orçamentado. A dívida registada em Setembro era superior em mil milhões de euros à meta traçada pelo Governo anterior.
A Refer acumulava uma dívida de 5787 milhões de euros, seguindo-se o Metro de Lisboa, com 3759 milhões, a Estradas de Portugal, com 2573 milhões, e a CP, com 3529 milhões.
Quanto aos resultados das empresas públicas, o balanço do SEE aponta para um prejuízo acumulado de 696 milhões de euros em Setembro do ano passado, perto de 100 milhões abaixo do objectivo definido pelo anterior executivo.
O valor dos prejuízos diminuiu 26% em relação ao valor registado no período homólogo, altura em que o resultado líquido fora negativo em 943 milhões de euros.
No sector dos transportes, os prejuízos ascenderam a 439 milhões, agravando-se em mais de 150 milhões de euros em relação ao período homólogo. Nas empresas de transportes, a Metro do Porto registava o maior prejuízo, de 215 milhões, seguindo-se a CP, com um resultado negativo de 107 milhões, e a Refer, com 69,6 milhões.
Houve lucros em seis sectores de actividade: na cultura (pelos resultados do Circuito do Estoril e do Teatro Nacional de S. João), nas empresas públicas de comunicação (Lusa e RTP), nas empresas imobiliárias (Estamo), na administração pública (caso da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis), na agricultura e pescas (Docapesca e Companhia das Lezírias) e ainda na Imprensa Nacional Casa da Moeda.
Em relação ao volume de negócios, o resultado nos nove primeiros meses do ano ascendeu a 6000 milhões de euros, menos do que o projectado nos orçamento das Finanças, mas mais do que no mesmo período do ano anterior. Face ao período homólogo houve um crescimento de 4%, cerca de 213 milhões de euros.
O relatório inclui ainda dados sobre os contratos de swap (instrumentos de gestão de risco financeiro) contratados pelas empresas públicas. O documento dá conta de que a 30 de Setembro havia 33 instrumentos nas carteiras de nove empresas públicas (além dos contratos contraídos junto do Santander Totta e que motivaram o braço-de-ferro que se mantém na justiça inglesa entre o Estado português e o banco liderado por António Vieira Monteiro). Ao todo, o valor dos contratos totalizava 24449 milhões de euros e as perdas potenciais que lhe estão associadas chegavam a 420,8 milhões de euros. Entre as empresas estavam a CP, a Metro do Porto, a Metro de Lisboa, a Transtejo, a Águas de Portugal e a TAP.