Empresa brasileira da TAP agrava prejuízos do grupo para 152 milhões

Companhia de aviação tinha já apresentado um resultado líquido negativo de 99 milhões no ano passado. Dados do grupo agora divulgados, com negócio da manutenção no Brasil, mostram que valor chegou aos 151,7 milhões.

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Os negócios da TAP correram mal em 2015, ano em que se concretizou a passagem da maioria do capital para as mãos dos privados. A primeira confirmação foi dada pela companhia aérea, que, a 13 de Abril, relevou um prejuízo de 99 milhões de euros.

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Os negócios da TAP correram mal em 2015, ano em que se concretizou a passagem da maioria do capital para as mãos dos privados. A primeira confirmação foi dada pela companhia aérea, que, a 13 de Abril, relevou um prejuízo de 99 milhões de euros.

Esta sexta-feira à noite, a Parpública, a holding onde está a participação do Estado, mostrou no seu relatório e contas de 2015 os dados consolidados do grupo, que incluem o deficitário negócio de manutenção no Brasil. Com este universo, o prejuízo subiu para 151,7 milhões de euros (mais 52,7 milhões). Em 2014, o prejuízo do grupo TAP tinha ficado nos 85 milhões.Ou seja, agravou-se em quase 80% de um ano para o outro. 

A explicação da Parpública para os maus resultados incide mais no que já era conhecido: o forte impacto da exposição à Venezuela, através de dívidas por cobrar avaliadas em 91 milhões.

Depois, há o cenário adverso que se vive em dois grandes mercados da empresa, Angola e Brasil, que levaram a uma descida nas vendas. E, para completar o quadro, surge então a referência à M&E Brasil (ex-VEM), afirmando a Parpública que “para além da evolução desfavorável do negócio do transporte aéreo, também a manutenção no Brasil teve um desempenho negativo, continuando a acumular prejuízo”. 

Neste momento, estão ainda a decorrer as negociações entre o Governo e o consórcio privado, a Atlantic Gateway (de Humberto Pedrosa e David Neeleman), de modo a que o Estado fique com 50% do capital. Para já, a Atlantic Gateway tem ainda 61% do grupo. Quando o Estado passar a ser o maior accionista (as negociações deverão estar concluídas em Maio), será então a vez de dispersar 5% da empresa junto dos trabalhadores.

Ao nível do balanço da Parpública, a venda da maioria do capital da TAP a privados fez com que a holding do Estado registasse um resultado líquido de 595 milhões (contra um prejuizo de 462 milhões de 2014), impulsionado pela reversão de uma provisão acumulada de 511 milhões ligada à TAP.

Quanto ao valor da empresa da posição no grupo de transporte aéreo, alienada oficialmente a 12 de Novembro, de 10 milhões de euros, a Parpública refere que "nenhuma entrega foi efectuada" aos cofres do tesouro até ao final do ano passado. Este sábado, fonte da Parpública esclareceu à Lusa que o montante já foi pago após essa data.