Trabalhistas suspendem ex-mayor de Londres por "apologia nazi"

Polémica sobre o anti-semitismo no partido trabalhista faz mais uma vítima.

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Ken Livingstone AFP

O ex-presidente da câmara de Londres Ken Livingstone foi suspenso do Partido Trabalhista por "apologia nazi". Em declarações a várias estações de rádio, Livingstone disse que "Hitler era um sionista favorável à criação de um Estado de Israel, mas depois enloqueceu e matou seis milhões de judeus".

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O ex-presidente da câmara de Londres Ken Livingstone foi suspenso do Partido Trabalhista por "apologia nazi". Em declarações a várias estações de rádio, Livingstone disse que "Hitler era um sionista favorável à criação de um Estado de Israel, mas depois enloqueceu e matou seis milhões de judeus".

Livingstone falava em defesa de Naz Shah, deputada muçulmana que foi suspensa esta semana pelo Partido Trabalhista por ter difundido uma mensagem anti-semita na sua conta de Facebook. "Solução para o conflito palestiniano: juntar Israel aos Estados Unidos".

Em 2006, Livingstone já teve problemas por ter feito declarações anti-semitas. Esteve ameaçado de suspensão do seu cargo de presidente da câmara, por ter comparado um jornalista judeu do Evening Standard a um guarda de um campo de concentração e se ter recusado a pedir desculpas. 

A polémica sobre o anti-semitismo entre os trabalhistas surge num momento delicado - está-se em plena campanha para o referendo sobre a permanência na Europa e na recta final para as eleições locais de 5 de Maio, onde o candidato trabalhista e muçulmano Sadiq Khan surge nas sondagens à frente do conservador Zac Goldsmith em Londres.

Khan foi um dois primeiros a pressionar o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, para castigar o ex-mayor e evitar que o partido fosse penalizado nas urnas no dia 5. Corbyn acabou por ceder, suspendendo um dos seus principais aliados no partido.

Esta primeira decisão - o partido vai proceder a uma investigação que pode levar à expulsão - abriu um clima de crispação entre os trabalhistas. E as eleições de 5 de Maio são consideradas um referendo a Corbyn, cuja liderança continua a ser questionada dentro do partido.