Ambiente manda Sousa Cintra suspender a captação de água em Aljezur
O empresário algarvio, que se tem envolvido no negócio do petróleo, pretendia fazer uma perfuração até 500 metros para fazer seis hectares de hortícolas.
A Agência Portuguesa de Ambiente (APA) mandou suspender o furo que Sousa Cintra estava a abrir em Aljezur, na zona onde o empresário algarvio tem autorização para pesquisa e prospecção de petróleo e gás. A acção resultou de uma queixa apresentada pela Plataforma do Algarve Livre de Petróleo (PALP) à IGAMAOT – Inspecção-Geral de Agricutura, do Mar, Ambiente e Ordenamento do Território.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Agência Portuguesa de Ambiente (APA) mandou suspender o furo que Sousa Cintra estava a abrir em Aljezur, na zona onde o empresário algarvio tem autorização para pesquisa e prospecção de petróleo e gás. A acção resultou de uma queixa apresentada pela Plataforma do Algarve Livre de Petróleo (PALP) à IGAMAOT – Inspecção-Geral de Agricutura, do Mar, Ambiente e Ordenamento do Território.
A Domus Verde – Empreendimentos Imobiliários, SA, empresa de Sousa Cintra, tinha obtido licença para abrir dois furos, para regar seis hectares de hortícolas, gota-a-gota. O primeiro furo, com a profundidade de 150 metros, deu água de má qualidade para a agricultura, com um alto teor ferroso. A segunda perfuração poderia chegar aos 500 metros. A movimentação das máquinas levou os ambientalistas a desconfiarem que a actividade agrícola serviria para esconder a pesquisa e prospecção de hidrocarbonetos, autorizadas em nome da Portfuel, outra das empresas de Sousa Cintra.
Em declarações ao PÚBLICO, o presidente regional da APA, Sebastião Teixeira, justificou a suspensão da licença do furo com o facto de estarem asseguradas as condições que levaram ao seu licenciamento. “O furo [que poderia chegar aos 500 metros] estava com 380 metros, e já estava a debitar 30 metros cúbicos de água/hora, o que é mais do que suficiente para a rega pretendida”.