Na crónica "O meu caso a favor dos TPC" publicada no P3 a 18 de abril de 2016, o autor expressa a sua opinião e defesa para com os famosos "Trabalhos para casa". Refere o autor que esta concordância com os "TPC" talvez se deva ao facto de ele ter uma mãe, que até foi professora, que sempre lhe incutiu a ideia da importância dos "TPC" e lhe soube "transmitir o porquê de ser tão importante aprender, crescer, viver, conhecer, desde as ciências ao espaço, desde o passado ao futuro, desde a literatura à arte, desde o teatro ao cinema, desde as viagens até ao regresso a casa, e querer sempre conhecer. Porque ser pai e ser mãe é mesmo isso, é viver para ensinar aos filhos este admirável mundo novo à nossa espera, para ser ainda mais admirável, ainda mais novo, e onde a escola é apenas um complemento de tudo quanto se aprende em casa."

Na crónica "O meu caso a favor dos TPC" publicada no P3 a 18 de abril de 2016, o autor expressa a sua opinião e defesa para com os famosos "Trabalhos para casa". Refere o autor que esta concordância com os "TPC" talvez se deva ao facto de ele ter uma mãe, que até foi professora, que sempre lhe incutiu a ideia da importância dos "TPC" e lhe soube "transmitir o porquê de ser tão importante aprender, crescer, viver, conhecer, desde as ciências ao espaço, desde o passado ao futuro, desde a literatura à arte, desde o teatro ao cinema, desde as viagens até ao regresso a casa, e querer sempre conhecer. Porque ser pai e ser mãe é mesmo isso, é viver para ensinar aos filhos este admirável mundo novo à nossa espera, para ser ainda mais admirável, ainda mais novo, e onde a escola é apenas um complemento de tudo quanto se aprende em casa."

Até aqui tudo bem, pelo menos para ele. Felizmente, teve a sorte de ter um adulto em casa com disponibilidade para o acompanhar na saga dos "TPC". Apenas se esqueceu do facto de que, infelizmente, muitos meninos e meninas não têm a sorte dele: a de ter um pai e/ou uma mãe com conhecimentos suficientemente capazes de ajudar um filho na tarefa dos trabalhos de casa. Infelizmente, ainda existem muitas crianças que não têm pais com um curso superior ou com os conhecimentos escolares necessários e atualizados para acompanhar a aprendizagem dos seus filhos. E a tarefa dos "TPC", que para este senhor era um momento maravilhoso de partilha de conhecimentos com a sua mãe e de ampliação do seu olhar perante o mundo, para muitas crianças e pais, a realização dos "TPC" não são mais do que um momento de pura frustração. Para as crianças porque continuam sem perceber o que lhes foi apresentado na escola e para os pais porque fracassam na tentativa de ajudar os seus filhos a alcançar o sucesso.

As crianças passam muito tempo na escola, é verdade. Mas esse tempo na escola é mais do que suficiente para "treinar", "cimentar" tudo o que aprendem a cada dia. É na escola que as crianças têm o apoio que precisam na aprendizagem: os professores. A escola é, ou deveria ser, o lugar mais democrático de acesso ao conhecimento e ao sucesso e não pode, de todo, ser vista apenas como um complemento ao que se "aprende em casa".

Para muitas crianças a escola é o único lugar onde podem contactar com o conhecimento. É triste, não é? Mas é a herança que este nosso país ainda carrega, por uma história de constante desvalorização da Escola. E os filhos de agora não podem pagar pelos erros de outros tempos. A escola é o espaço privilegiado de aprendizagem, não um "complemento", e a escola não se pode renunciar ao seu papel e delegar tarefas naqueles que, muitas vezes, não têm recursos para tal: os pais. Os "TPC", se para uns são vistos como ferramenta de consolidação de conhecimentos, para mim, são uma plataforma de reprodução de desigualdades igual a tantas outras que a escola teima em alimentar.

A escola que exerça a sua função: a de ensinar.