PSD: “Não recebemos lições de ninguém sobre consensos”

Bancadas da esquerda sem críticas ao discurso do Presidente da República.

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Enric Vives-Rubio

O líder da bancada do PSD, Luís Montenegro, recusou aceitar lições sobre consensos, depois de questionado sobre o apelo a entendimentos lançados por Marcelo Rebelo Sousa. “Não recebemos lições de ninguém sobre consensos”, disse aos jornalistas, no final da sessão solene de comemoração do 25 de Abril, recordando que o PSD, durante o tempo em que apoiou o anterior Governo, pediu esses acordos e não conseguiu.

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O líder da bancada do PSD, Luís Montenegro, recusou aceitar lições sobre consensos, depois de questionado sobre o apelo a entendimentos lançados por Marcelo Rebelo Sousa. “Não recebemos lições de ninguém sobre consensos”, disse aos jornalistas, no final da sessão solene de comemoração do 25 de Abril, recordando que o PSD, durante o tempo em que apoiou o anterior Governo, pediu esses acordos e não conseguiu.

Montenegro referiu que o Presidente da República falou da área da Segurança Social, em que o líder do PSD tem insistido na necessidade de chegar a acordo com o PS, e que os socialistas têm negado. O líder da bancada do PSD acabou por dizer que Marcelo Rebelo de Sousa não tinha a “intenção de dar lições a ninguém” e que deu a sua opinião. Montenegro destacou a linha que o Presidente traçou entre os “dois projectos alternativos”, um do PS e apoiado pela esquerda, o outro pelo PSD.

A sustentabilidade da segurança social foi também destacada pelo porta-voz do CDS-PP como uma das questões em que o partido tem estado disponível para consensos mas que a actual maioria considera o “sistema suficiente”. João Almeida considerou o discurso do Presidente da República “abrangente” e com uma “leitura histórica” em que o partido “se revê”.

Pelo PS, o líder parlamentar Carlos César leu nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa “um aviso muito sério para os que fazem oposição” para a necessidade de entendimentos do que é “essencial”. Relativamente às críticas duras lançadas pelo PSD à governação da actual maioria, Carlos César disse não querer comentar adjectivos “marginais e que têm pouco conteúdo excepto retórico”. O importante é os partidos serem “capazes de nos unir no que é essencial”, reforçou.

O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, preferiu assinalar a “diferença” desta sessão de comemoração do 25 de Abril face a anteriores em que se falou da revolução e da Constituição, alegando que isso aconteceu “em resultado da nova correlação de forças” no Parlamento. Foi também com a palavra diferença que Jerónimo de Sousa qualificou o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa face ao seu antecessor, Cavaco Silva. Relativamente aos consensos, o secretário-geral do PCP considerou que são necessários “sempre que forem positivos para o país”. O que é necessário, sublinhou, é uma “política alternativa”. “Ainda agora começámos”, concluiu.

Também sem críticas para Marcelo (aliás as bancadas da esquerda foram as que mais aplaudiram o chefe de Estado), a coordenadora do BE, Catarina Martins, quis salientar como “a parte mais importante do discurso do senhor Presidente da República” a que sublinhou o dia de hoje como o de celebração, mas também a consciência da necessidade de lutar pela igualdade e para que muitas pessoas, pelas suas condições de vida, estão excluídas. A líder bloquista referiu também as insuficiências da democracia quando se aceitam as “imposições europeias” e que isso não significa um fechar em “ideais nacionalistas”.

A mesma ideia de rejeição às “ingerências” de Bruxelas foi sublinhado por Heloísa Apolónia, deputada d'Os Verdes. “Quero destacar que vários discursos fizeram a crítica directa à União Europeia. Sinal dos tempos e de que a União Europeia está num elitismo absoluto”, afirmou a deputada ecologista. Já sobre o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, Heloísa Apolónia realçou a importância de o Presidente ter sublinhado a necessidade de os jovens conhecerem o 25 de Abril e no desafio aos partidos que se concentrem nos “problemas reais do país como a pobreza”.