Cinema independente e natureza: eis o Madeira Film Festival
É um "festival de cinema de natureza" e decorre de 25 de Abril a 1 de Maio. Pelo Madeira Film Festival vão passar 50 realizadores, actores e produtores de cinema
Cerca de 50 realizadores, actores e produtores de cinema participam esta semana na quinta edição do Madeira Film Festival, iniciativa que promove a ligação da sétima arte à natureza, cujo expoente máximo na região é a Floresta Laurissilva.
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Cerca de 50 realizadores, actores e produtores de cinema participam esta semana na quinta edição do Madeira Film Festival, iniciativa que promove a ligação da sétima arte à natureza, cujo expoente máximo na região é a Floresta Laurissilva.
"É um festival de cinema de natureza, pelo que os filmes têm de ter algum tipo de ligação com a natureza, independentemente do grau", disse à agência Lusa Elsa Gouveia, membro da direcção do evento. Entre os dias 26 e 30 de Abril (de terça-feira a sábado), serão exibidas no Teatro Municipal Baltazar Dias, no centro do Funchal, 16 longas-metragens e 22 curtas, entre animação, documentário e ficção, oriundas de países como Hungria, Reino Unido, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Brasil, Suécia, Noruega e Bélgica.
A mostra de filmes é complementada, nas manhãs de quarta-feira a sábado, com palestras, conferências e "workshops" e, ainda, com passeios na Floresta Laurissilva, que é Património Natural da Humanidade. "Ao cabo de cinco edições, há ainda muito para caminhar, mas digamos que conseguimos atingir a consolidação do modelo", disse Elsa Gouveia, realçando que a organização esbarra sempre com o "problema do dinheiro" ao tentar criar na Madeira um evento cinematográfico de relevo no panorama internacional.
O Madeira Film Festival recebeu este ano um apoio de 20 mil euros da Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura e outro de 4.400 euros da Câmara Municipal do Funchal, que também cedeu o Teatro Municipal Baltazar Dias. Por outro lado, foram estabelecidas parcerias com alguns hotéis, onde os convidados ficarão hospedados e onde vão decorrer os eventos sociais. "Optámos por organizar um festival não competitivo, porque não tínhamos dinheiro para pagar um júri credível", explicou Elsa Gouveia, sublinhando, no entanto, que para ser mais do que uma mostra, um dos critérios determina a presença em sala de realizadores, actores ou produtores dos filmes em cartaz.
A responsável destacou, por exemplo, a sessão das 16h do dia 26 de Abril, que é uma sessão de curtas-metragens, onde vão estar presentes seis realizadores. "Agora, mesmo com dinheiro, não faremos um festival competitivo, porque o 'feedback' que temos recebido tem sido muito bom. Todos os realizadores internacionais que aqui vêm referem com muito agrado o facto de o festival não ser competitivo", explicou Elsa Gouveia, vincando o carácter "intimista" do evento, bem como as relações pessoais que se criam e a promoção da natureza. A organização atribui a todos os participantes no Madeira Film Festival o galardão de Embaixador da Floresta Laurissilva.
Quanto ao público, Elsa Gouveia disse que tem vindo a crescer a cada edição, mas salientou que se trata de cinema independente, ou seja, não se destina a pessoas que procuram apenas o entretenimento, mas que também procuram outras perspectivas da vida e o mundo. "São filmes que, de alguma forma, fazem pensar e mexem com as pessoas", afirmou, sublinhando que o objectivo é que ninguém fique indiferente. Dois dos filmes que vão ser exibidos no Madeira Filme Festival foram rodados na região: "Um sonho soberano", do realizador Gonçalo Guerra, e "Terroflowerist", do madeirense João Ferreira.