Estado Islâmico reivindica ataque que matou professor no Bangladesh
Activistas seculares exigem ao Governo deste país laico que proteja a sua liberdade de expressão.
O Estado Islâmico reivindicou o ataque deste sábado em que foi assassinado um professor universitário no Bangladesh. Segundo a agência de informação que veícula notícias sobre o grupo jihadista, Rezaul Karim Siddiquee foi morto devido aos "apelos que fazia a favor do ateísmo".
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O Estado Islâmico reivindicou o ataque deste sábado em que foi assassinado um professor universitário no Bangladesh. Segundo a agência de informação que veícula notícias sobre o grupo jihadista, Rezaul Karim Siddiquee foi morto devido aos "apelos que fazia a favor do ateísmo".
Siddiquee, de 58 anos, era professor de inglês da universidade pública de Rajshahi (nordeste do país). Foi agredido nesta cidade a 200 km de Daca, por dois homens que surgiram de moto e que o golpearam na garganta e o espancaram até à morte, disseram as autoridades policiais aos jornalistas. Foi encontrado numa poça de sangue perto de sua casa, no local onde esperava por um autocarro que o levaria para a universidade.
Apesar desta reivindicação feita através da agência Amaq, as autoridades do país, que têm negado a presença do Estado Islâmico no Bangladesh, afirmam que o Ansarullah Bangla Team - organização islamista do país - estará por trás dos ataques. A agressão assemelhou-se a outras recentes perpetradas por islamistas contra defensores do secularismo. Desde Fevereiro do ano passado que bloggers e um editor foram mortos de forma semelhante. E um grupo ligado à Al-Qaeda reclamou a responsabilidade do homicídio de um blogger liberal no início deste mês.
Colegas de Siddiquee referem que apesar de o professor ser activo nas actividades culturais da universidade, de editar uma revista literária e de ter fundado uma escola de música, nunca escreveu nem proferiu nada sobre religião ou o islão.
Os activistas seculares acusam os islamistas de ter uma lista negra de pessoas a abater e exigem ao Governo deste país laico que proteja a sua liberdade de expressão.