CFP: optimismo das previsões económicas ameaça metas orçamentais
Entidade liderada por Teodora Cardoso teme que haja excesso de optimismo em relação às exportações e investimento.
Os últimos dados conhecidos na economia mundial reforçam os riscos a que está sujeito o cenário macroeconómico apresentado pelo Governo e um eventual falhanço nessas previsões constitui uma ameaça para as metas definidas para o défice e a dívida, defende o Conselho das Finanças Públicas (CFP).
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Os últimos dados conhecidos na economia mundial reforçam os riscos a que está sujeito o cenário macroeconómico apresentado pelo Governo e um eventual falhanço nessas previsões constitui uma ameaça para as metas definidas para o défice e a dívida, defende o Conselho das Finanças Públicas (CFP).
Na análise ao Programa de Estabilidade apresentado nesta quinta-feira pelo Governo, a entidade presidida por Teodora Cardoso mantém as mesma reservas em relação às previsões para a economia que já tinha declarado quando analisou o Orçamento do Estado para 2016, acrescentando ainda que “o conjunto das previsões para o período 2017-2020 apresenta um risco mais elevado de não realização”.
O CFP diz que “os dados conhecidos posteriormente [a anteriores análises] não só confirmam como reforçam os riscos então assinalados”. Em particular, são assinalados riscos relacionados com os pressupostos usados pelo Governo para antecipar a evolução da procura externa e o crescimento das exportações, para além da fundamentação que é dada pelo Executivo “para a dinâmica do investimento no médio prazo”.
A instituição que fiscaliza a condução das finanças públicas em Portugal alerta ainda que “a instabilidade em torno do sistema financeiro português constitui um risco não negligenciável para a concretização do cenário macroeconómico analisado”.
Perante esta dúvida que têm em relação às previsões do Governo para a economia, o CFP antecipa a possibilidade de também as projecções orçamentais poderem sair prejudicadas. “Os riscos assinalados têm consequências para o conjunto das variáveis do cenário macroeconómico, que poderão implicar a revisão dos resultados esperados para os objectivos orçamentais”, afirma.