Obras da nova Feira Popular de Lisboa começam “até ao final do ano”

O anúncio foi feito pelo presidente da câmara, que informou também que a requalificação do Eixo Central começa “esta semana”, implicando uma perda de lugares de estacionamento inferior ao que se previa.

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As obras de construção do Parque Urbano da Pontinha, no interior do qual vai nascer a nova Feira Popular de Lisboa, vão ter início “até ao final do ano”. A informação foi transmitida pelo presidente da câmara, que anunciou também que a requalificação do chamado Eixo Central começa “esta semana”, deixando a garantia de que os lugares de estacionamento perdidos não serão tantos como se previa inicialmente.    

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As obras de construção do Parque Urbano da Pontinha, no interior do qual vai nascer a nova Feira Popular de Lisboa, vão ter início “até ao final do ano”. A informação foi transmitida pelo presidente da câmara, que anunciou também que a requalificação do chamado Eixo Central começa “esta semana”, deixando a garantia de que os lugares de estacionamento perdidos não serão tantos como se previa inicialmente.    

Fernando Medina falava na Assembleia Municipal de Lisboa, a pretexto da apresentação da informação escrita da sua actividade no período entre 1 de Fevereiro e 31 de Março. E como não há duas sem três, o autarca socialista aproveitou para transmitir uma outra novidade: a de que a autarquia vai assumir a gestão do edifício da Manutenção Militar, em Marvila, com o objectivo de “criar uma polaridade de desenvolvimento da zona”.

Segundo Fernando Medina foi já concluído o processo negocial, “com o Exército e com o Tesouro”, com vista à passagem para a câmara, por um período de 50 anos, desse edifício na zona oriental de Lisboa. A ideia do autarca é transformar o imóvel, que está “em excelentes condições de manutenção”, num “elemento de atracção”, com valências como residências artísticas e espaços para a instalação de empresas.

Quanto à nova Feira Popular de Lisboa, que se soube em Novembro de 2015 que seria instalada na freguesia de Carnide, Fernando Medina garantiu que “até ao final do ano” vão ter início os trabalhos “na envolvente da feira” e também no “parque urbano em que se vai inserir a feira”.       

O presidente da câmara fez ainda saber que vai ser construído, numa “área adjacente à estação de metro” da Pontinha, um parque de estacionamento para 1500 viaturas, “com possibilidade de expansão”. De acordo com Fernando Medina, o seu objectivo é duplo: servir a feira popular e funcionar como parque dissuasor, no qual os automobilistas poderão deixar os seus carros para depois seguirem para o centro de Lisboa em transportes públicos.

Quanto ao chamado Eixo Central, o autarca informou que as obras de requalificação do espaço público entre o Marquês de Pombal e a Avenida Elias Garcia vão começar “esta semana”. Esta será, sustentou, “uma transformação com benefícios muito significativos para todos aqueles que vivem, que trabalham e que visitam aquela zona”.

Na sua intervenção, Fernando Medina assegurou que o projecto que vai ser concretizado, e que contempla várias alterações relativamente ao que foi apresentado numa sessão pública há apenas uma semana, “dá resposta àquela que era a principal preocupação que muitos colocaram: a questão do estacionamento”.

Segundo as contas da própria câmara, a versão inicial do projecto implicava o desaparecimento de 300 dos 619 lugares existentes à superfície. O que Fernando Medina diz agora é que no troço entre o Saldanha e a Avenida Elias Garcia não só não se vão perder 156 lugares como se vão afinal ganhar sete. E como? Introduzindo uma ciclovia bidireccional (no lado da Pastelaria Versailles, em vez das duas que estavam pensadas) e apostando no estacionamento em espinha no lado oposto da Avenida da República.

Quanto às 165 avenças em parques de estacionamento subterrâneos da zona, que vão custar aos moradores 25 euros por mês, o autarca frisou que esse valor é “um quarto a um sexto” mais baixo do que aquele que se pratica hoje e defendeu que se trata de uma solução que oferece mais “conforto, segurança e protecção” do que deixar o carro parado na via pública.

O vereador do CDS na Câmara de Lisboa reage dizendo que “a câmara está a tentar mandar areia para os olhos das pessoas”. “Não confio nas contas apresentadas pelo doutor Fernando Medina”, acrescenta em declarações ao PÚBLICO João Gonçalves Pereira, que desde o início deste processo diz que são 600 e não 300 os lugares na via pública que vão desaparecer.

Quanto ao estacionamento em espinha e à ciclovia bidireccional, o vereador lembra que tinha apresentado publicamente essas propostas há vários meses e que elas eram também defendidas por muitos residentes da zona. “As correcções são positivas, mas por que é que estas propostas foram aceites? Não foi por vontade da câmara, mas sim por pressão dos moradores e do CDS”, afirma.  

O autarca centrista destaca ainda que na intervenção de Fernando Medina sobre o Eixo Central não houve uma só palavra para os automobilistas. “Este projecto protege a mobilidade pedonal e os ciclistas mas prejudica gravemente a mobilidade automóvel”, diz João Gonçalves Pereira, alertando que ele vai tornar a vida de quem anda de carro na cidade “num verdadeiro inferno”.