WeTube Studio, a incubadora de “youtubers”
As estatísticas dizem que, em 2018, dois terços do conteúdo online vão ser vídeo. Vão começar a aparecer escolas de "youtubers"?
Para quem sempre quis criar conteúdo original para o YouTube, mas não tem as ferramentas necessárias (ou precisa de motivação extra), foi criado em Santo Amaro de Oeiras o primeiro estúdio do país que se dedica à produção e edição de vídeo para partilha online, o WeTube Studio.
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Para quem sempre quis criar conteúdo original para o YouTube, mas não tem as ferramentas necessárias (ou precisa de motivação extra), foi criado em Santo Amaro de Oeiras o primeiro estúdio do país que se dedica à produção e edição de vídeo para partilha online, o WeTube Studio.
Esta “incubadora de futuros grandes youtubers”, como define Miguel Brito Gonçalves, um dos sócios, foi projectada por três profissionais de multimédia e teve em conta a crescente popularidade do YouTube e dos seus produtores de conteúdos, os chamados “youtubers”.
O mote partiu de Miguel, pai de dois adolescentes, que notou que os seus filhos deixaram de assistir televisão e passaram a estar mais atentos ao online. Contudo, é um cenário que se repete em tantas outras casas: “Os miúdos já não vêem televisão porque no YouTube podem seleccionar o que vêem, a que horas vêem”, afirma Ricardo Santos, outro dos sócios e também formador. “As plataformas tradicionais estão a ficar obsoletas, não temos de estar reféns da programação de um canal de televisão, apesar de já podermos andar sete dias para trás.”
A carreira de "youtuber" é agora uma das mais cobiçadas entre os mais jovens, mas os meios que existem não são os mais favoráveis: “A maioria aprende a ver tutoriais que nem sempre são os mais próprios”, explica Ricardo. “Os melhores estão em inglês, mas alguns miúdos não têm ainda a destreza para perceber tudo.”
Um conceito pioneiro
Embora existam outros cursos de edição de vídeo no mercado, este apresenta-se como pioneiro, não só porque aborda directamente a questão da partilha online, mas também porque tem em vista uma utilização mais extensiva. Como o público-alvo é o jovem, tiveram em conta o horário, que não poderia ser laboral, mas também a duração, que é apenas oito horas.
O curso divide-se em quatro módulos: a abordagem inicial ao programa de edição; os efeitos, as transições e as sincronizações de câmaras; a utilização de “chromas” e capturas de ecrã; e, por fim e em jeito de teste, a produção e edição de um vídeo para posteriormente carregar no canal de YouTube.
E quem não quer ser "youtuber"?
Tomás tem 18 anos e frequenta a licenciatura de Engenharia e Gestão Industrial. É o mais velho da turma, mas não partilha com os seus colegas o entusiasmo pelo YouTube: “Não sou muito de fazer vídeos para o YouTube, mas gosto da parte da edição, por isso estou a tirar o curso. Pode vir a dar jeito.”
As competências adquiridas aqui expandem-se para além do YouTube. Se a edição de vídeo é uma ferramenta que muitos empregadores valorizam, a comunicação interpessoal é uma capacidade que é treinada em todas as aulas, mesmo que os alunos não estejam tão à vontade: “O YouTube é uma rede de partilha e um sítio onde as pessoas se conseguem abrir. Mesmo as mais introvertidas estão ali a expor-se e não têm problemas com isso. É uma nova maneira de comunicar”, alerta Ricardo.
Apesar de ainda só ter alguns meses de vida, o estúdio está já a preparar outros cursos, incluindo edição de vídeo nível II, edição de imagem e efeitos de imagem e de vídeo.
Por agora, as inscrições só estão disponíveis para a terceira turma de edição de vídeo, e podem ser feitas aqui ou nas instalações do estúdio no Edifício Parque Oceano. O curso custa 125 euros.