Nesta mercearia, um pacote de arroz custa um “Santo António”

A “primeira mercearia social” de Lisboa abre as portas esta sexta-feira aos moradores da freguesia de Santo António com carências económicas. Aqui solidariedade rima com dignidade

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O dinheiro que vai ser usado nesta mercearia DR

Do lado esquerdo, logo à entrada, estão as conservas, o azeite e o óleo. No lado direito há arroz, massas, leite, cereais, bolachas e doces. Mais ao fundo estão os produtos de higiene, as roupas e o material didáctico. E no meio há uma caixa registadora e cestos para transportar as compras. Esta podia ser uma mercearia igual às outras, não fosse uma pequena grande diferença: aqui os pagamentos não são feitos em euros, mas sim em “Santos Antónios”.

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Do lado esquerdo, logo à entrada, estão as conservas, o azeite e o óleo. No lado direito há arroz, massas, leite, cereais, bolachas e doces. Mais ao fundo estão os produtos de higiene, as roupas e o material didáctico. E no meio há uma caixa registadora e cestos para transportar as compras. Esta podia ser uma mercearia igual às outras, não fosse uma pequena grande diferença: aqui os pagamentos não são feitos em euros, mas sim em “Santos Antónios”.

Fica na freguesia de Santo António, junto ao Campo dos Mártires da Pátria, “a primeira mercearia social” de Lisboa. A inauguração teve lugar esta quinta-feira e a partir de amanhã espera-se que o espaço, no número 3 da Calçada do Moinho de Vento, receba os seus primeiros clientes.

Nesta mercearia só poderão fazer compras os cidadãos da freguesia “com condições socioeconomicas sensíveis”. A identificação desses casos é feita pelo Departamento de Acção Social da junta, que estima que sejam cerca de 360 as famílias que neste momento poderão usufruir da mercearia social.

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Aspecto da mercearia lisboeta DR

A cada uma dessas famílias foi já atribuído pela junta um determinado número de “Santos Antónios”, a unidade monetária que foi criada a pensar neste projecto. Uma vez munidos das notas, os moradores só têm que se dirigir ao mais recente espaço comercial da freguesia, onde poderão trocá-las por produtos à sua escolha.

Por um “Santo António”, os clientes poderão levar para casa uma lata de atum, uma embalagem de arroz ou de esparguete, ou um pacote de leite, entre muitas outras coisas. Mónica Pinto, assistente social da junta, explica que foi esse o preço atribuído aos “bens mesmo essenciais”.

Já uma embalagem de sumo, um litro de óleo ou um pacote de cereais custam dois “Santos Antónios”, tantos quanto um pequeno chocolate ou um frasco de gel de banho. As fraldas são neste momento o produto mais caro desta mercearia, só podendo ser levadas para casa a troco de quatro notas. Já as roupas, sapatos, jogos e material didáctico ainda não estão etiquetados, mas Mónica Pinto estima que nenhum deles vá ultrapassar os três “Santos Antónios”.

A assistente social conta que já entregou as primeiras notas às famílias, juntamente com uma folha onde são explicadas as regras de funcionamento da mercearia social. Mónica Pinto, que acredita que esta pode também ser uma ferramenta para tornar “mais autónomos” aqueles que dele vão usufruir, conta ainda que vai organizar workshops sobre gestão de orçamentos familiares.

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