Estudo sobre ambiente e actividade física envolve 400 adolescentes do Porto

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PÚBLICO/Arquivo

Quatrocentos adolescentes participam num estudo da Universidade do Porto e de congéneres de 18 países, para verificar a relação entre o ambiente construído nas cidades e os hábitos de actividade física e comportamentos sedentários.

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Quatrocentos adolescentes participam num estudo da Universidade do Porto e de congéneres de 18 países, para verificar a relação entre o ambiente construído nas cidades e os hábitos de actividade física e comportamentos sedentários.

O trabalho, desenvolvido por membros do Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e Lazer da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (CIAFEL), encontra-se neste momento em fase de recolha de dados, indicou a coordenadora a nível nacional, Maria Paula Santos.

Seleccionados em escolas do Porto, os adolescentes participantes têm entre os 12 e os 18 anos e, numa primeira fase, durante sete dias consecutivos, usaram um acelerómetro e um GPS, para medir os níveis de actividade física. Além disso, os participantes responderam a um questionário cujos dados estão a ser utilizados pelos investigadores para obter informações sobre a percepção que os jovens têm a respeito do meio que os rodeia.

A selecção da amostra é feita por áreas que mostram a variabilidade do ambiente construído, o que depende não só dos aspectos do próprio ambiente mas também de questões socioeconómicas.

Os avaliados vão ser divididos em quatro grupos, constituídos por jovens de alto e baixo nível socioeconómico e que habitam zonas onde as deslocações são mais ou menos fáceis. "O ambiente físico, o ambiente construído e a intervenção humana nas cidades são um desafio importante na promoção da actividade física e da saúde, visto que a tendência é o aumento da urbanização", referiu Maria Paula Santos.

O "IPEN Adolescent - International Study on Built Environment and Physical Activity" surgiu no seguimento de um estudo do género realizado com adultos, desenvolvido pela mesma entidade.

A grande vantagem desta investigação é, segundo Maria Paula Santos, o facto de todos os países envolvidos utilizarem a mesma metodologia, quer ao nível dos questionários de auto-preenchimento colocados aos jovens, quer nas variáveis obtidas pelos instrumentos.

O ambiente "não interfere da mesma em todos os países e isso fica muito claro quando se realizam estudos internacionais", referiu a investigadora. "É possível verificar que em algumas cidades a importância do ambiente em relação a transporte activo é muito relevante, enquanto em outras o mais importante é a existência de parques e das áreas para a prática de actividade física recreativa", acrescentou.

O projecto teve início em 2014 e acaba em 2016, acompanha dois anos lectivos, e os resultados devem ser publicados em 2017.

A nível nacional participam do estudo os investigadores Jorge Mota, Andreia Pizarro e Juliana Mendes, do CIAFEL, David Vale, da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa e o arquitecto António Figueiredo. No panorama internacional, a investigação envolve jovens da Austrália, Bangladesh, Bélgica, Brasil, República Checa, Dinamarca, Alemanha, Hong Kong, Israel, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Nigéria, Espanha, Suíça, Taiwan e Estados Unidos.