Costa visita campo de refugiados em Atenas após encontro com Tsipras

Primeiro-ministro pretende transmitir ao homólogo grego um sinal de empenhamento de Portugal em contribuir para uma solução europeia.

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Costa esteve reunido com os autarcas do distrito de Viana do Castelo Nuno Ferreira Santos

O primeiro-ministro, António Costa, efectua na segunda-feira uma visita oficial de um dia à Grécia, em que se reunirá com o seu homólogo grego, Alexis Tsipras, e se deslocará ao campo de refugiados de Eleonas, em Atenas.

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O primeiro-ministro, António Costa, efectua na segunda-feira uma visita oficial de um dia à Grécia, em que se reunirá com o seu homólogo grego, Alexis Tsipras, e se deslocará ao campo de refugiados de Eleonas, em Atenas.

Numa visita que tem como tema central a questão dos refugiados e que resulta de um convite feito pelo chefe do Governo grego, António Costa estará em Atenas acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

Fonte do executivo disse à Lusa que, sendo a Grécia um dos países mais directamente afectados pela crise migratória, o primeiro-ministro pretende transmitir a Alexis Tspiras um sinal do "empenhamento de Portugal em contribuir para uma solução europeia", disponibilizando-se, enquanto país, para acolher mais refugiados.

A intenção política do Governo português na frente externa foi até já transmitida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na passada quarta-feira.

Além de reuniões de caráter institucional com o Presidente da República da Grécia, Prokopis Pavlopoulos, e com o primeiro-ministro grego, às quais se seguirá uma conferência de imprensa conjunta com Alexis Tsipras, António Costa visita depois ao início da tarde o campo de refugiados de Eleonas.

A visita a este campo, segundo fonte do executivo de Lisboa, foi sugerida pelas autoridades gregas, tendo como razões principais questões de segurança e a proximidade face ao centro de Atenas.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o campo de Eleonas, a cinco quilómetros do centro de Atenas, criado pelo actual executivo grego, é considerado um dos melhores do país. Tem capacidade para acolher cerca de 700 refugiados, muitos deles afegãos, e possui 66 casas pré-fabricadas, contendo instalações sanitárias e ar condicionado.

O campo de Eleonas tem ainda áreas de lazer, um parque infantil para as crianças, um sistema de fornecimento regular de alimentos, serviços médicos e de apoio psicossocial. O espaço também se destacou por ter sido escolhido como parte do percurso da chama olímpica, que sairá de Atenas para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Um dos refugiados deste campo foi já convidado para levar a tocha olímpica numa parte do percurso de Atenas, de onde a chama partirá antes rumo à América do Sul, chegando ao Brasil a 3 de Maio.

Apesar de Portugal estar geograficamente distante das principais rotas dos refugiados, o primeiro-ministro, desde o início do seu mandato, colocou este tema no topo das suas prioridades de ação ao nível da política europeia. Em Fevereiro, durante a sua visita oficial à Alemanha, disponibilizou-se junto da chanceler alemã, Angela Merkel, no apoio à integração de refugiados.

Nesse mesmo mês, o primeiro-ministro português enviou também cartas a homólogos de alguns dos Estados-membros mais pressionados pelos fluxos migratórios (Grécia, Itália, Áustria e Suécia) disponibilizando-se para receber mais cerca de 5.800 refugiados, além da quota comunitária. Deste modo, Portugal poderá vir a acolher no total um número próximo de 10 mil refugiados.

A proposta então apresentada por António Costa apontou para a disponibilidade de Portugal em acolher cerca de dois mil estudantes universitários, 800 no ensino vocacional e entre 2.500 e 3.000 refugiados qualificados para trabalhar nas áreas agrícola e florestal.

Já em Março, em Bruxelas, António Costa considerou "muito importante" o acordo fechado entre a União Europeia e a Turquia para a gestão dos fluxos migratórios, mas ressalvou que "não deve ser visto com a ilusão de que o problema está resolvido".