As demissões de Borrego e Pinho
Atitudes que chocaram com padrões de comportamento exigidos ao cargo institucional que desempenhavam levaram à demissão de dois anteriores ministros: Carlos Borrego e Manuel Pinho. O primeiro demitiu-se de ministro do Ambiente do terceiro Governo de Cavaco Silva, em 10 Junho de 1993, sendo substituído por Teresa Gouveia, e Manuel Pinho saiu do posto da Economia do primeiro Governo de José Sócrates, em 2 Julho de 2009, sendo sucedido por Teixeira dos Santos no cargo.
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Atitudes que chocaram com padrões de comportamento exigidos ao cargo institucional que desempenhavam levaram à demissão de dois anteriores ministros: Carlos Borrego e Manuel Pinho. O primeiro demitiu-se de ministro do Ambiente do terceiro Governo de Cavaco Silva, em 10 Junho de 1993, sendo substituído por Teresa Gouveia, e Manuel Pinho saiu do posto da Economia do primeiro Governo de José Sócrates, em 2 Julho de 2009, sendo sucedido por Teixeira dos Santos no cargo.
Em 2009, a demissão de Manuel Pinho deu-se na sequência de um incidente em pleno Parlamento, durante um debate sobre o Estado da Nação. O líder e deputado do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, intervinha em plenário, interpelando o Governo sobre a greve dos mineiros de Aljustrel, no Alentejo. O ministro da Economia sentado na bancada do Governo e perante deputados, jornalistas e câmaras de televisões, decidiu fazer um gesto com os dedos, simulando chifres.
A demissão não se fez esperar. O ministro ainda pediu desculpa ao visado e ao país pelo seu inusitado gesto, mas não houve volta a dar à demissão, que foi de pronto aceite por José Sócrates.
Dezasseis anos antes, também Cavaco Silva tinha demitido um ministro por uma atitude imprópria, mais concretamente devido a uma piada de mau gosto durante uma visita a Braga. Vivia-se o “caso do alumínio” que provocou a morte de 25 doentes da Unidade de Hemodiálise do Hospital Distrital de Évora. Este hospital era abastecido com a água da albufeira de Monte Novo, contaminada com excesso de alumínio.
De visita à cidade, Carlos Borrego decidiu contar uma anedota. “Sabem o que é que no Alentejo – em Évora melhor dizendo – fizeram aos cadáveres das pessoas que morreram ultimamente? Levaram-nos para reciclar, para aproveitar o alumínio”, brincou o ministro. Só que a piada foi considerada um insulto e uma ofensa às vítimas, aos seus familiares e aos alentejanos, custando a carreira política ao então ministro.