Diabetes, uma responsabilidade de todos
Combater a diabetes é uma responsabilidade de todos!
Este ano, o Dia Mundial da Saúde é dedicado à Diabetes, que afeta 415 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal é um verdadeiro problema de saúde pública: em 2014 a prevalência estimada da Diabetes na população com idades entre os 20 e os 79 anos (7,8 milhões de pessoas) foi de 13,1%. Ou seja, mais de um milhão de portugueses neste grupo etário sofre da doença. Como a prevalência aumenta com a idade, 30,4% dos homens e 24,3% das mulheres entre os 60 e os 79 anos, vive com Diabetes.
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Este ano, o Dia Mundial da Saúde é dedicado à Diabetes, que afeta 415 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal é um verdadeiro problema de saúde pública: em 2014 a prevalência estimada da Diabetes na população com idades entre os 20 e os 79 anos (7,8 milhões de pessoas) foi de 13,1%. Ou seja, mais de um milhão de portugueses neste grupo etário sofre da doença. Como a prevalência aumenta com a idade, 30,4% dos homens e 24,3% das mulheres entre os 60 e os 79 anos, vive com Diabetes.
Portugal é o país da Europa Ocidental com mais diabéticos e nem sequer conhecemos a questão na sua totalidade – os estudos apontam para que 44% das pessoas doentes não tenham ainda sido diagnosticadas. Quer dizer: haverá 400 000 pessoas por diagnosticar, o que corresponde a 5,7% da população adulta. E, segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença propaga-se cada vez mais devido ao envelhecimento das populações e à globalização de estilos de vida pouco saudáveis.
O Índice Europeu de Diabetes de 2014 aponta para um enorme custo em termos de qualidade de vida e mortalidade e um impacto financeiro directo de 100 a 150 mil milhões de euros com o tratamento da doença em 2013. Em Portugal, o Observatório da Diabetes avança com um custo direto estimado entre 1.300 e 1.550 milhões de euros ou seja, 10% das despesas públicas em saúde”. E falta contabilizar os custos sociais.
Entretanto, o Programa Nacional para a Diabetes tem tentado inverter a tendência de crescimento da doença e tem investido na prevenção e na qualidade da prestação dos cuidados aos pacientes. Mas, numa perspetiva mais alargada, há consciência de que é necessária articulação com outros programas específicos, nomeadamente o programa nacional para a promoção da alimentação saudável e o das doenças cérebro-cardiovasculares.
Quando, em 2014, a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) publicou um estudo sobre o futuro da saúde em Portugal, entre os três desafios que identificou está o de “Suster o crescimento da prevalência de Diabetes – evitar que em cinco anos 50.000 pessoas desenvolvam a doença”. O estudo acrescentava que poderiam poupar-se custos adicionais de 45 milhões de euros por ano ao fim de cinco anos e 18 milhões adicionais de forma cumulativa em cada ano se o programa continuasse além daquele período.
A FCG justifica a sua preocupação: “trata-se de um desafio especial em Portugal, onde o seu crescimento está associado às mudanças sociais e económicas, ao envelhecimento, aos padrões alimentares e aos hábitos de exercício físico. A inversão desta tendência irá exigir iniciativas integradas numa frente alargada”. O documento tem como subtítulo “Todos temos um papel a desempenhar”. Nesse sentido é importante sensibilizar a sociedade para o perigo da Diabetes, responsabilidade que incumbe, em primeiro lugar, ao Governo.
Partindo desse princípio, o Partido Socialista apresentou no Parlamento um projeto de resolução, de que sou a primeira subscritora, em que se recomenda que o Governo promova ações e campanhas de informação sobre a doença e a importância de estilos de vida saudáveis. Mais, o Estado deve tomar medidas para identificar as pessoas potencialmente diabéticas ou pré-diabéticas e encaminhá-las para programas de educação específicos.
Na campanha, o Governo deve envolver e motivar organizações da sociedade civil, nomeadamente associações de doentes, e assumir como prioridade a prevenção através de programas transversais com outros Ministérios. Deve desafiar as autarquias a desenvolver planos municipais de combate e promover a divulgação de boas práticas na prevenção e tratamento, reforçando as capacidades e o financiamento do Programa Nacional para a Diabetes. Deve ainda identificar as necessidades de tratamento e acompanhamento das crianças afetadas e garantir-lhes os recursos adequados ao seu desenvolvimento físico, psíquico e social. Por último, pede-se ao Governo que desenvolva uma quantificação dos custos da Diabetes (anos de vida, custo tratamentos, custo internamentos) e dos ganhos e poupanças associados à sua prevenção e tratamento.
Combater a diabetes é uma responsabilidade de todos!
Deputada do PS e membro do Grupo Parlamentar Português sobre População e Desenvolvimento