Rede Anti-Pobreza lança campanha nacional contra discriminação de ciganos
Sete pessoas dão a cara em cartazes e num vídeo para mostrar que "a discriminação é falta de educação".
Combater a discriminação de que as comunidades ciganas são alvo é o objectivo da campanha nacional lançada nesta terça-feira pela Rede Europeia Anti-Pobreza, em que sete pessoas dão a cara para mostrar que "a discriminação é falta de educação".
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Combater a discriminação de que as comunidades ciganas são alvo é o objectivo da campanha nacional lançada nesta terça-feira pela Rede Europeia Anti-Pobreza, em que sete pessoas dão a cara para mostrar que "a discriminação é falta de educação".
"Terem nascido ciganos não significa uma condenação à pobreza. O facto de pertencerem a este grupo étnico não lhes impediu o acesso à educação", explica Sandra Faria Araújo, directora executiva da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza.
A associação de solidariedade sociedade social preparou um vídeo e cartazes com sete ciganos que decidiram dar o rosto pela campanha e mostrar que, tal como defende o tema da campanha, "a discriminação é falta de educação".
Em pouco mais de um minuto, o vídeo de Miguel Januário, com as fotografias de Sérgio Aires, mostra, entre outros, que o cigano Bruno Oliveira é assistente operacional hospitalar, a cigana Maria Gil é actriz, o cigano Carlos Miguel é secretário de Estado e a cigana Damaris Maia é estudante de bioquímica.
"A campanha assenta em sete mensagens emitidas por sete cidadãos de etnia cigana que trabalham ou estudam também com o intuito de quebrar mitos e representações negativas", explica a associação em comunicado.
São sete rostos e sete vidas para "desconstruir uma reputação negativa", acrescentou a responsável, lembrando que, "nos dias de hoje, ainda subsistem muitos comportamentos negativos" em relação à comunidade cigana.
"É conhecido que as comunidades ciganas têm sido alvo de discriminação e preconceito. São comunidades atingidas pela pobreza e a exclusão social", destacou a dirigente, assinalando como "ainda existe grande marginalização".
A comemorar os seus 25 anos de existência, a EAPN/Portugal mantém "uma preocupação na inclusão de comunidades ciganas na sociedade portuguesa" e, este ano, decidiu lançar uma campanha contra a discriminação.
Além do vídeo, disponível na página de internet da EAPN, a organização não-governamental quer que, a partir de dia 8, Dia Internacional do Cigano, os cartazes preparados estejam disponíveis na sua rede de parceiros nacionais, autarquias e escolas "para uma ampla difusão da campanha".
A segunda fase da campanha será apresentada entre 16 e 20 de Maio, no Porto, e contempla o lançamento do livro e da respectiva exposição fotográfica, denominados O Singular do Plural, com o testemunho de 20 pessoas de etnia cigana.