“PSD está paulatinamente a perder” a relação com os pensionistas, diz José Eduardo Martins

Crítico de Passos Coelho assume: “O passado orgulha-nos, mas não mobiliza ninguém.” Pedro Duarte fez propostas para o futuro e não críticas.

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Adriano Miranda

A política de cortes de pensões e de reformas levada a cabo pelo Governo de Pedro Passos Coelho foi frontal e duramente criticada por José Eduardo Martins, este sábado, no 36º Congresso do PSD. Defendendo que no Governo é que “se tem que ser social-democrata”, José Eduardo Martins salientou a necessária “solidariedade com os mais velhos”, para afirmar que “o PSD está paulatinamente a perder” a sua relação com os pensionistas, disparando: “Como se atrás de cada corte não estivesse uma pessoa pessoa frágil”.

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A política de cortes de pensões e de reformas levada a cabo pelo Governo de Pedro Passos Coelho foi frontal e duramente criticada por José Eduardo Martins, este sábado, no 36º Congresso do PSD. Defendendo que no Governo é que “se tem que ser social-democrata”, José Eduardo Martins salientou a necessária “solidariedade com os mais velhos”, para afirmar que “o PSD está paulatinamente a perder” a sua relação com os pensionistas, disparando: “Como se atrás de cada corte não estivesse uma pessoa pessoa frágil”.

Chegado ao congresso com o rótulo de crítico de Passos e de putativo candidato a líder, José Eduardo Martins usou um tom soft, mas sem deixar de lançar farpas à governação dos últimos quatro anos feita pelo presidente do PSD agora em início de novo mandato. Mas se não foi agressivo nas críticas, José Eduardo Martins foi directo e claro. “O passado orgulha-nos, mas não mobiliza ninguém”, afirmou, questionando a estratégia adoptada por Passos perante a votação do Orçamento do Estado para 2016.

José Eduardo Martins não deixou mesmo de referir a política europeia para criticar a atitude de Passos Coelho perante a Comissão Europeia. “Não tenho a certeza de que os interesses da Alemanha sejam os mesmos do sul da Europa”, afirmou o antigo secretário de Estado do Ambiente.

Ainda que fazendo reparos e distanciando-se de orientações do Governo de Passos Coelho, José Eduardo Martins não deixou de afirmar que o PSD não pode ter “medo” do passado, garantido mesmo: “O passado recente resume-se numa palavra, orgulho.”  Isto não o impediu de apontar que o PSD cometeu “muitos erros” e que durante a última legislatura “escasseou a sensibilidade social”, pelo que os sociais-democratas não podem ser “muito arrogantes”.

Sobre o presente, José Eduardo Martins pediu uma oposição com “alma” e “energia”. Num momento em que o PS “encostou à esquerda”, apelou ao PSD que reflicta sobre “como o país pode ser competitivo” e alertou para que o Estado Social “está ameaçado”.

Duarte sem críticas

A expectativa de que se ouvissem críticas a Passos Coelho no palco do congresso tinha um outro protagonista alvo, Pedro Duarte, antigo deputado e ex-líder da JSD. Mas elas ficaram goradas, já que Pedro Duarte não as fez.

Na sua intervenção, optou por serrar fileiras contra o Governo de António Costa e acusou o PS de no passado “abandonou o país entre o pantano e a bancarrota”. E apontando ao futuro, defendeu que o PSD tem de preparar um programa de Governo alternativo. Avançando com três ideias para o partido agarrar. Uma “profunda revisão do sistema de ensino” já que o que existe “foi pensado no século XIX”. A aposta na inovação e na investigação que traga a competitividade das empresas. A procura da eficiência do Estado através de “uma proposta reformista para a descentralização do país”.