Passos: Presidente “não deve ser instrumentalizado” pelos partidos
Líder do PSD reitera posição contra intervenção de António Costa na banca e diz que não pensa pela “cabeça” de Marcelo.
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu que não deve haver instrumentalização do Presidente da República por parte de qualquer partido. À chegada ao 36.º congresso do partido, ao final desta manhã, Passos Coelho demarcou-se da opinião de Marcelo Rebelo de Sousa que saudou a intervenção do primeiro-ministro na banca.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu que não deve haver instrumentalização do Presidente da República por parte de qualquer partido. À chegada ao 36.º congresso do partido, ao final desta manhã, Passos Coelho demarcou-se da opinião de Marcelo Rebelo de Sousa que saudou a intervenção do primeiro-ministro na banca.
O líder social-democrata voltou a defender – já o tinha feito no discurso de sexta-feira à noite – que o Presidente da República tem de manter uma “cooperação institucional” com os órgãos de soberania, entre os quais o Governo e o Parlamento. Mas, perante os jornalistas, disse querer acrescentar uma outra ideia, referindo-se por várias vezes ao Presidente apenas como “doutor Rebelo de Sousa”. “A partir do momento em que é eleito, Rebelo de Sousa não é uma expressão do PSD. E não deve ser instrumentalizado por ninguém, nem pelo PSD, nem pelo PS, por partido nenhum. E nós não instrumentalizaremos nem tentaremos instrumentalizar – porque o Presidente nunca se deixa instrumentalizar, é importante que ele possa estar num plano diferente dos partidos”, afirmou o ex-primeiro-ministro.
No discurso de abertura do congresso, Passos Coelho recuperou a questão da intervenção do primeiro-ministro num negócio do BPI, que foi justificado pela estabilidade do sistema financeiro. A intervenção – considerou – é um “mau princípio” e põe em causa a “isenção e imparcialidade” a que o Estado está obrigado perante os negócios privados. Esta posição veio a ser contrariada por Marcelo Rebelo de Sousa, que saudou a iniciativa.
Passos Coelho, mais uma vez, demarca-se. “Eu não comento as declarações do Presidente da República mas felizmente penso pela minha cabeça. Não penso pela cabeça nem do senhor Presidente da República nem de qualquer outra individualidade por mais respeito que as pessoas que ocupam o cargo possam merecer”, respondeu o líder do PSD, quando confrontado com as perguntas dos jornalistas sobre o alinhamento do Presidente com o primeiro-ministro.