Nefertiti? É preciso ter paciência
Os egiptólogos continuam a tentar reunir provas de que no túmulo de Tutankhamon há duas salas escondidas. Numa delas poderá estar a múmia da rainha lendária.
O novo ministro das Antiguidades egípcio, Khaled al-Anani, decepcionou esta sexta-feira os apaixonados da arqueologia ao anunciar que é preciso esperar ainda algumas semanas antes de se saber se o túmulo de Tutankhamon esconde ou não uma câmara secreta onde poderia estar a múmia da lendária Nefertiti.
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O novo ministro das Antiguidades egípcio, Khaled al-Anani, decepcionou esta sexta-feira os apaixonados da arqueologia ao anunciar que é preciso esperar ainda algumas semanas antes de se saber se o túmulo de Tutankhamon esconde ou não uma câmara secreta onde poderia estar a múmia da lendária Nefertiti.
Há uma semana, o ex-ministro Mamdouh al-Damati tinha posto a salivar arqueólogos e egiptólogos amadores ao convocar uma conferência de imprensa mundial para esta sexta-feira em Luxor, ao pé do túmulo de Tutankhamon. A meio de Março, disseram que era quase certo, a “90%”, que este túmulo continha duas câmaras que nunca foram descobertas, contendo “materiais metálicos e orgânicos”, depois das análises das suas paredes com a ajuda de scanners muitos sofisticados. Mamdouh al-Damati prometia anunciar nesta sexta-feira o resultado destas investigações naquilo que poderia ser, segundo disse, “a descoberta do século XXI” relativamente ao antigo Egipto.
Mas uma terceira análise foi realizada na passada quinta-feira e tudo foi adiado. “Um quarto teste com um scanner” recorrendo a uma tecnologia diferente “será realizado no final de Abril, antes da abertura do debate internacional que se realiza no dia 8 de Maio no Cairo e que reúne especialistas do mundo inteiro, anunciou esta sexta-feira o novo ministro Khaled al-Anani, perante uma trintena de jornalistas e dezenas de equipas de televisão estrangeiras com ar decepcionado.
“Temos de fazer mais ensaios, e de os voltar a fazer, para confirmar e por fim rever as nossas posições”, disse Khaled al-Anani. “Não temos nenhuma certeza até ao momento”. Foi desta maneira que o novo ministro se distanciou do entusiasmo mostrado pelo seu antecessor, cujo anúncio feito a meio do mês de Março parecia confirmar a tese do arqueólogo britânico Nicholas Reeves.
Para Reeves, que apareceu ao lado de Anani e de Damati esta sexta-feira, uma das duas câmaras é o hipogeu (como se chamam os túmulos subterrâneos em arqueologia) da rainha de beleza lendária que exerceu um papel político e religioso fundamental há mais de 3300 anos ao lado do seu marido o faraó Akhenaton. A segunda câmara pode ser uma sala de armanezamento atá aqui inexplorada e “datada aparentemente” da era de Tutankhamon. Mas para Mamdouh al-Damati e para outros egiptólogos, tratar-se-ia mais do túmulo da segunda mulher de Akhenaton, pai de Tutankhamon.