Governo francês pressiona Grupo Peugeot com alta remuneração de Carlos Tavares

Gestor português viu a sua remuneração duplicar em 2015 para 5,24 milhões de euros.

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O português Carlos Tavares lidera o grupo francês PSA Peugeot Citroen REUTERS/Pascal Rossignol

O Governo francês insistiu esta quinta-feira na pressão sobre Carlos Tavares, presidente do grupo automóvel PSA Peugeot Citroën, de que o Estado é accionista de referência, pela remuneração de 5,24 milhões de euros recebida em 2015, o dobro de 2014.

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O Governo francês insistiu esta quinta-feira na pressão sobre Carlos Tavares, presidente do grupo automóvel PSA Peugeot Citroën, de que o Estado é accionista de referência, pela remuneração de 5,24 milhões de euros recebida em 2015, o dobro de 2014.

Numa entrevista à estação RTL, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse lamentar o aumento da remuneração de Carlos Tavares, que defendeu não corresponder "à realidade em que vivem os assalariados". "Carlos Tavares é um grande patrão", reconheceu Valls, sublinhando que a gestão do português à frente do fabricante de automóveis permitiu a recuperação do grupo, mas "também à custa dos funcionários".

Na opinião do primeiro-ministro gaulês, a elite francesa deverá ter em conta o descontentamento social que se vive, advertindo que qualquer gesto que não seja exemplar "é um mau sinal". Os 5,24 milhões de euros de remuneração desdobram-se em 1,3 milhões de salário fixo, 1,93 milhões de euros de rendimentos variáveis e 130.000 acções do grupo, valoradas actualmente em 2,01 milhões de euros.

Algumas horas antes, na apresentação de novos modelos da Renault e Citroën, Carlos Tavares apresentou a sua defesa. "Não é Carlos Tavares que fixa o salário de Carlos Tavares", disse, explicando que é ao conselho de fiscalização que compete essa tarefa. "Esse conselho é composto por representantes dos accionistas, por assalariados, por administradores independentes. Eu não participei em qualquer discussão sobre esta matéria", afirmou o CEO.