Foxconn compra Sharp com desconto
Negócio vai permitir à fabricante taiwanesa uma maior presença na cadeia de produção do iPhone.
A Foxconn, a fabricante taiwanesa que faz muitos dos iPhones, vai comprar a japonesa Sharp, uma empresa de electrónica que está há quatro anos a braços com dificuldades financeiras.
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A Foxconn, a fabricante taiwanesa que faz muitos dos iPhones, vai comprar a japonesa Sharp, uma empresa de electrónica que está há quatro anos a braços com dificuldades financeiras.
Após meses de negociações, as administrações das duas empresas chegaram a acordo para o negócio: a Foxconn vai desembolsar cerca de três mil milhões de euros por dois terços da Sharp. O preço traduz-se em 69 cêntimos de euro por acção, um desconto de 35% face à cotação com que os títulos da empresa japonesa fecharam a sessão desta quarta-feira. E fica também muito aquém do que tinha sido anunciado há apenas um mês.
No final de Fevereiro, a Sharp comunicou que a venda seria de 5,2 mil milhões de euros. Mas a Foxconn voltou atrás e apressou-se então a dizer que teria de rever o preço na sequência de informação financeira divulgada pela multinacional japonesa já depois de o valor de compra ter sido combinado. O resultado foi uma redução de 40%.
A Sharp fabrica ecrãs para os iPhones e com esta compra a Foxconn – que ganhou uma reputação duvidosa depois do suicídio de vários funcionários – passará a ter mais um peso maior na cadeia de produção. Num comunicado conjunto, as duas companhias dizem estar “comprometidas com a recuperação da rentabilidade e fortalecimento das operações, para tornar a Sharp novamente um líder na arena global da electrónica”.
O negócio é o fim de um longo caminho para a fabricante taiwanesa, que já em 2012 mostrara interesse pela Sharp e que conseguiu agora afastar uma oferta rival de um consórcio de investidores japoneses com apoio governamental. A Sharp foi fundada em 1912 (produzia nos primeiros anos fivelas e lapiseiras, antes de começar a fabricar calculadoras e televisões) e as autoridades japonesas estavam relutantes em deixar cair o controlo da empresa em mãos estrangeiras.