Rui Rio troca o congresso do PSD por jantar de militantes e entrevista à TSF

O ex-autarca do Porto deu uma entrevista à TSF a explicar que não vai ao conclave social-democrata para não perturbar. Mas vai jantar com militantes do PSD esta quinta-feira.

Foto
Rui Rio entre o congresso e o jantar de militantes Fernando Veludo/NFactos/Arquivo

O maior fantasma de Pedro Passos Coelho não vai marcar presença no XXXVI Congresso do PSD, no próximo fim-de-semana. "Se eu lá fosse, ainda me arriscava a ser um elemento central do congresso. O dr. Pedro Passos Coelho resolveu candidatar-se, com base em ter sido o mais votado (embora não o vencedor). Tem essa legitimidade, eu não quero perturbar", disse nesta quarta-feira Rui Rio, ex-presidente da Câmara do Porto, em entrevista à TSF.<_o3a_p>

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O maior fantasma de Pedro Passos Coelho não vai marcar presença no XXXVI Congresso do PSD, no próximo fim-de-semana. "Se eu lá fosse, ainda me arriscava a ser um elemento central do congresso. O dr. Pedro Passos Coelho resolveu candidatar-se, com base em ter sido o mais votado (embora não o vencedor). Tem essa legitimidade, eu não quero perturbar", disse nesta quarta-feira Rui Rio, ex-presidente da Câmara do Porto, em entrevista à TSF.<_o3a_p>

Mesmo tendo falado mais sobre banca e negócios do que sobre política, Rio não deixou de lançar as suas farpas. E algumas atingiram o líder do PSD. Ao defender, por exemplo, que António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa agiram correctamente quando influenciaram o futuro da banca nacional, o economista acabou por criticar a posição contrária assumida por Pedro Passos Coelho. "Se calhar não é assim para um liberal, mas tenho uma perspectiva social-democrata", atirou.<_o3a_p>

A entrevista serviu também para Rio defender que o Governo não pode dizer sempre “sim” à Europa, sob pena de o país sair prejudicado, como no caso da venda do Banif ao Santander. "Foram 3 mil milhões num fim-de-semana, é disto que estamos a falar", lembrou Rio. "Há aqui uma certa hipocrisia, quando não entraram soldados, mas entram instâncias europeias a dizer: esse banco é para ali e façam favor de pôr os contribuintes portugueses a pagar."

Jantar entre amigos

Depois de ter dado a entrevista à TSF, Rui Rio remeteu-se ao silêncio. Nem nesta quinta-feira à noite, em que estará presente num jantar com mais de 200 militantes organizado pela concelhia do PSD Porto, o economista voltará a falar. Aliás, Rio aceitou ir ao convívio marcado para as 21h no Hotel Tuela (já lotado), se não o "obrigassem" a discursar.

O encontro, que conta também com a participação do eurodeputado Paulo Rangel, servirá para o líder da concelhia local do partido, Miguel Seabra, apresentar a moção que levará ao congresso do PSD, intitulada Cidades, inclusão e inovação social. Mas está criada a expectativa, entre alguns dos que estarão presentes no jantar, de que será introduzido na discussão o tema das autárquicas, que está já muito quente no Porto.<_o3a_p>

“O melhor que nos podia acontecer era Rui Moreira ser o candidato apoiado pelos socialistas”, disse Seabra ao PÚBLICO, referindo-se ao facto de Manuel Pizarro, do PS, ter dado a entender que não tem condições de concorrer contra o independente Rui Moreira, de quem aceitou ser vereador na sequência das últimas autárquicas. “O PS, neste momento, está refém de Moreira. Não tem espaço para uma candidatura alternativa”, acrescentou Miguel Seabra. O PSD, esse, tem todas as condições para ter um candidato próprio.<_o3a_p>

Rui Moreira assumiu a sua recandidatura à Câmara Municipal do Porto no dia 14 de Janeiro e logo obteve o apoio de Assunção Cristas, recém-eleita líder do CDS. Só que Cristas falou publicamente sobre o assunto sem consultar previamente o partido e a sua atitude não foi consensual. Os centristas acreditam ter ainda alguma margem para se distanciarem desta decisão, no momento em que Assunção Cristas colocar a questão aos órgãos do partido, como se comprometeu a fazer. Até 2017, ainda há tempo para saber se o CDS apoiará, de facto, Rui Moreira – há quem apenas o aceite se Moreira se apresentar, novamente, como independente –, ou se terá um candidato só seu ou se fará uma coligação com o PSD, como chegou a estar em cima da mesa.

<_o3a_p>Notícia corrigida: alterada a data do jantar do PSD-Porto, que se realiza nesta quinta-feira