O estuário do Sado ficou mais limpo após a apanha do lingueirão

Foto

Desta vez “ao encher da maré, o mar era azul, o mar não eram embalagens vazias a boiar”, retrata Raquel Gaspar, coordenadora da Associação Ocean Alive, que até às 13 horas desta sexta-feira manteve 30 voluntários a recolher embalagens de plástico com sal que mais de 300 mariscadores utilizaram na apanha do lingueirão no estuário do Sado.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Desta vez “ao encher da maré, o mar era azul, o mar não eram embalagens vazias a boiar”, retrata Raquel Gaspar, coordenadora da Associação Ocean Alive, que até às 13 horas desta sexta-feira manteve 30 voluntários a recolher embalagens de plástico com sal que mais de 300 mariscadores utilizaram na apanha do lingueirão no estuário do Sado.

“Na opinião deles (mariscadores), fizemos a diferença”, prossegue a bióloga marinha, compensada do esforço que a sua organização fez para que o mar ficasse “mais limpo” após a apanha do bivalve.

Entre as 8 e as 13 horas desta sexta-feira, a Ocean Alive recolheu 900 quilos de lixo variado, que se acumulava à beira-mar. Foram ainda recuperadas cerca de 1500 embalagens de plástico levadas para o estuário do Sado pelos mariscadores carregadas com sal fino para injectarem nas tocas dos lingueirões obrigando-os, desta forma, a sair para serem capturados.

No final da campanha, 66 grandes sacos amontoavam-se cheios de lixo plástico. “ Colaborou toda a gente”, realça Raquel Gaspar, garantindo que apenas um dos mariscadores deixou na água nove embalagens de plástico. “As pessoas vinham ter connosco e entregavam o lixo que produziram”, acrescenta a bióloga. Uma delas, que anda na mariscagem do lingueirão há 25 anos, assegura que “nunca o mar ficou tão limpo” depois da apanha do molusco.

“Recebemos elogios dos mariscadores com quem falámos e nenhum deles era licenciado”, acentua Raquel Gaspar.

Numa grande superfície comercial de Setúbal (Jumbo), que aderiu à campanha de sensibilização, as prateleiras de sal fino de mesa estão vazias e os caixotes do sal ensacado são reforçadas para responder à procura. Junto está a mensagem desta campanha de sensibilização para os mariscares: “Traga as embalagens vazias para a reciclagem.”

Desta vez, o mar ficou mais limpo, após a primeira campanha de sensibilização realizada pela Ocean Alive.