Linda Martini: um rastilho íntimo a caminho do Coliseu

Uma curta viagem de metro separa a casa ocupada da Praça de Espanha, onde os Linda Martini começaram a ser gerados, do Coliseu dos Recreios, sala em que a 2 de Abril apresentam Sirumba. Ao quarto álbum, a inquietação continua viva, aprendeu apenas a esconder-se por detrás de alguma contenção.

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Naquele terreno usado como estacionamento da esquadra de polícia mesmo ali ao lado esteve assente até 2002 a casa ocupada onde, ainda antes de serem Linda Martini, punk e hardcore em doses desabridas faziam as matinés de André, Cláudia, Hélio e Pedro DR

Ninguém diria que é naquele terreno descuidado, usado como estacionamento da esquadra de polícia mesmo ali ao lado, que esteve assente até 2002 a casa ocupada onde, ainda antes de serem Linda Martini, punk e hardcore em doses desabridas faziam as matinés de André Henriques, Cláudia Guerreiro, Hélio Morais e Pedro Geraldes. Era o poiso que se seguia depois do encerramento do Ritz, sala que então parecia à medida de miúdos que se metiam no comboio em Massamá ou Queluz a caminho de Lisboa, com tempo para levarem com um esbaforido disparo de energia em estado bruto, música que soava à própria vida a cuspir-lhes na cara, terminado mesmo a tempo de, no final do dia de domingo, apanhar o comboio de volta para recolher a casa e no dia seguinte iniciar mais uma semana de aulas.

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Ninguém diria que é naquele terreno descuidado, usado como estacionamento da esquadra de polícia mesmo ali ao lado, que esteve assente até 2002 a casa ocupada onde, ainda antes de serem Linda Martini, punk e hardcore em doses desabridas faziam as matinés de André Henriques, Cláudia Guerreiro, Hélio Morais e Pedro Geraldes. Era o poiso que se seguia depois do encerramento do Ritz, sala que então parecia à medida de miúdos que se metiam no comboio em Massamá ou Queluz a caminho de Lisboa, com tempo para levarem com um esbaforido disparo de energia em estado bruto, música que soava à própria vida a cuspir-lhes na cara, terminado mesmo a tempo de, no final do dia de domingo, apanhar o comboio de volta para recolher a casa e no dia seguinte iniciar mais uma semana de aulas.

Antes sequer de haver Linda Martini, o palco que existia naquela divisão no primeiro andar da casa ocupada junto à Praça de Espanha, e que agora é preciso imaginar a partir dos dedos apontados a traçar os limites de uma sala com capacidade para umas quantas dezenas de indefectíveis, chegou a ser testemunha das várias bandas – Albert Fish, As Good as Dead e sobretudo os Shoal  – que foram desaguar no actual quarteto. Às sonoridades mais rudes com um apelo natural naquele período juntavam-se a pertença a uma comunidade que se formara entre o Ritz, o Paradise Garage e o Jukebox, e a proximidade de “estrelas palpáveis” ao alcance de uma mão. A expressão pertence ao vocalista/guitarrista André Henriques e serve para designar os X-Acto, venerada banda punk que então havia de o motivar a pegar numa guitarra.

“A primeira banda de puto que tive, quando ainda não sabíamos tocar nada, era com o irmão do vocalista de X-Acto”, recorda. “Tínhamos uma admiração do caraças pelos gajos porque éramos miúdos e eles estavam ali mesmo ao nosso lado. Havia um imediatismo muito grande que nos puxou para aquilo.” Esse imediatismo fazia-se também desse irresistível íman do punk, em que dois ou três power chords aprendidos de véspera são suficientes para pôr de pé um arraçado de canção que permita levantar a voz e gritar umas quantas verdades sobre o mundo – com o destempero adolescente de quem acha que esse mesmo mundo já não guarda segredos e que toda a manipulação política, mediática e social pode ser enxovalhada, queimada e arrasada com um par de versos incendiários.

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A casa ocupada onde, punk e hardcore em doses desabridas faziam as matinés de André, Cláudia, Hélio e Pedro DR

O curtíssimo intervalo temporal entre pegar na guitarra pela primeira vez e esventrá-la em concerto não precisa ir muito além de um ou dois meses, não é preciso insistir até soar a um filho perdido de Jimi Hendrix para reclamar um lugar em palco. A atitude e a verdade deitam a técnica ao tapete com um par de tabefes.

A casa demolida
“Depois de demolirem a casa ocupada [em 2001], o próprio movimento deixou de ter uma casa, um poiso e desintegrou-se”, relata Pedro Geraldes. “Passou-se ainda para o Campo Grande mas durou pouco e já não era tão icónico nem reunia tantas pessoas. Na casa ocupada tanto havia o punk carocho como o straight edge ou o vegan ferrenho. Depois a coisa acabou por se dividir – para o bem e para o mal.” “A cena fracturou-se toda”, acrescenta o baterista Hélio Morais, descrevendo que a emergência de uma facção “mais colada à cena hardcore de Nova Iorque mais dura”, mais propensa a dar uso aos punhos e a experimentar o calçado em corpos alheios esbateu-lhe o entusiasmo. “Eu vinha do metal e quando fui ver X-Acto pela primeira vez ao Ritz, vi uma cena que também tinha música agressiva mas com uma onda positiva, o pessoal todo a respeitar-se, foi isso que me cativou.”

Talvez seja mais do que coincidência cronológica o aparecimento dos Linda Martini sobrepor-se à demolição da casa ocupada. Os Shoal, de onde saíram Hélio, André e Sérgio Lemos, começaram a dar mostras de querer romper com esse circuito, a que se encontravam ainda muito ligados. “Era um circuito muito viciado, como todos os circuitos acabam por ser”, defende a baixista Cláudia Guerreiro. “Mas sendo este um circuito pequeno isso nota-se ainda mais.” Musicalmente, começavam a desenhar esse movimento de libertação, embora os primeiros concertos de Linda Martini, em 2005, encontrassem ainda como público a movida hardcore que já antes os acompanhava.

Se o rápido domínio de três acordes e bola para a frente surtira um encantamento instantâneo em miúdos que logo se viam a tocar nos mesmos palcos que os seus heróis a uma microescala, aos poucos impôs uma necessidade de procurar outras soluções musicais. À semelhança do que se passou com outras bandas nascidas desse circuito, como os If Lucy Fell, Paus ou Riding Pânico, citam, foi como se, de repente, ao olharem para as guitarras percebessem que havia seis cordas multiplicáveis por 22 trastos à espera de serem usados. As soluções podiam, afinal, ser outras. Não tinha de ser sempre as mesmas com variações mínimas.

Planos furados
Nunca houve, na verdade, qualquer desejo de ocultação ou renegação desse passado punk-hardcore na vida dos Linda Martini. Tanto assim que após a edição do álbum de estreia, Olhos de Mongol (2006), o grupo voltar-se-ia para a ideia algo mítica (e também mitificada) da Praça de Espanha baptizando o segundo longa-duração com Casa Ocupada (2010), uma homenagem mas também um assumido mergulho nas origens. Após a saída de Sérgio Lemos, um dos três guitarristas e principal entusiasta da sonoridade “da viagem” que lhes valeria a colagem da etiqueta pós-rock no primeiro álbum, Casa Ocupada soava mais rude e incisivo.

“Foi mesmo uma reacção ao rótulo do pós-rock”, confirma Pedro Geraldes. “Tanto no primeiro álbum como no EP [Marsupial] temos esses ambientes, os crescendos e a catarse característicos do pós-rock. Mas como achámos muito redutor, mesmo não sendo premeditado, começámos a reagir dessa forma e a ir às nossas raízes.” A chegada a esse som mais directo, que Hélio classifica como “o maior salto de um disco para outro”, justificava-se também pela redução das camadas de guitarra que antes eram um convite aberto à contemplação. Casa Ocupada é um disco sem cerimónias, em que as guitarras trepam até ao vermelho, carregam-se de distorção e trazem mais à memória os Fugazi do que os Sonic Youth com que foram inicialmente comparados – e aqui puxaram, em gesto de autoironia, para título de “Juventude Sónica”.

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Da esquerda para a direita: Hélio Morais, Cláudia Guerreiro, André Henriques e Pedro Geraldes DR

 A discografia dos Linda Martini pode, aliás, percorrer-se numa continuada reacção em cadeia: se Casa Ocupada vai à procura de uma energia crua (apesar de S de Jéssica, num registo que se pode ligar tanto ao pós-rock dos Mogwai quanto à vida mais desacelerada dos Mão Morta) que não estava tão presente no disco de estreia, Turbo Lento havia de colocar-se a meio caminho entre os seus antecessores, misturando sem pejo o lado mais feroz e ansioso do grupo com a toada mais dada à viagem, acercando-se, em temas como Febril (Tanto Mar), do universo At the Drive-in/Mars Volta.

Sirumba, o quarto álbum da banda, com lançamento marcado para 1 de Abril, é mais uma resposta a si mesmos. “Sendo uma continuação do nosso trabalho, não queremos que seja um prolongamento do álbum anterior”, diz a baixista. “Caso contrário, gravávamos álbuns com mais regularidade, fazíamos discos duplos, coisas mais longas. Cada disco fecha-se em nove ou dez músicas e o que queremos a seguir é sempre algo diferente.”

Com a ideia de afastarem a cortina de distorção e descobrirem o que podem as canções levar consigo sem essa susceptibilidade explosiva tão à flor da pele, os Linda Martini foram partilhando estas ideias mas sem se sentarem à mesa para definir com régua e esquadro um plano-mestre a seguir com rigor científico. Sempre que traçam um plano, garantem, este é traído assim que o tentam pôr em marcha. A prática desfaz à machada qualquer veleidade teórica. Tome-se a chamada de Pedro Geraldes para se juntar ao núcleo vindo dos Shoal e dos As Good as Dead. “O Pedro entrou para pôr sintetizadores”, ri-se Hélio. “E o gajo chega e agarra na guitarra”, completa Cláudia. Os planos existem sobretudo para não se cumprir.

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Os Linda Martini no metro DR

Uma viagem de metro
Após um encontro matinal junto à antiga casa ocupada da Praça de Espanha, Ípsilon e Linda Martini metem-se no metro e avançam cinco estações até sair nos Restauradores, nas imediações do Coliseu dos Recreios – sala escolhida para o concerto de apresentação de Sirumba a 2 de Abril. 10 minutos de metro para avançarmos 14 anos nas vidas dos quatro, para saltarmos de concertos  fechados na comunidade punk-hardcore organizados num espaço clandestino para uma sala emblemática do país e com uma dimensão que reflecte o numeroso culto que foram alimentando.

“Também nunca nos quisemos atirar muito para fora de pé nem nunca quisemos fazer planos de longo prazo”, argumenta André. Chegam, assim, ao Coliseu dos Recreios por uma questão aritmética, não porque estejam a arriscar grandemente ou a dar um passo maior do que a perna. O trajecto tem sido tão sustentadamente incremental que, para ales, “desde aqueles putos de 15 anos, que faziam bandas e passavam fins-de-semana inteiros a tocar, até hoje não houve assim uma grande diferença”. Cresce-se porque sim, a natureza assim o manda, e age-se em conformidade. Da mesma maneira que umas calças ou uma camisola deixam de servir e se passa para o número a seguir, os Linda Martini pulam de sala para sala porque o seu crescimento o exige. Tão simples quanto isso.

Apesar do crescimento desapressado, degrau a degrau, os Linda Martini sentiram desde cedo um culto a formar-se à sua volta que sempre os surpreendeu. “Sempre porque nunca pensámos que uma coisa tão ruidosa – e na altura tínhamos três guitarras – e tão fora do cânone do que deve ser uma música verso-refrão pudesse chegar à playlist da Antena 3 ou ser chamada a tocar no Super Bock Super Rock [logo em 2006]”, confessa o vocalista. “Como é que isto está a chegar tão longe?”, interrogavam-se, arrebatados, no entanto, por perceberem que pessoas como o radialista Henrique Amaro detectavam já algo de especial na música que faziam.

“Surpreendeu-nos por fazermos aquilo de que gostamos e tendo a expectativa muito em baixo, uma vez que sabíamos, à partida, que o mercado não estaria sedento de receber aquela música”, insiste André. Por isso, desde cedo, houve consciência no grupo de um clique a que hesitam em chamar “clique geracional”. O certo é que atrás deles seguia uma turba de miúdos que sonhavam em poder ajudá-los a carregar os amplificadores antes dos concertos, que não falhavam uma única actuação e descobriam pelo meio daquelas chispantes camadas de guitarras nervosas uma voz colectiva, um escape comum.

Não tanto por um lado panfletário ou de prelecção moral, ética ou política, mas por uma escrita fundada na intimidade que, facilmente, adquiria um alcance universal. Uma espécie de rastilho íntimo que se acendia em milhentas direcções diferentes, tão pessoais quanto a razão primordial de cada letra e cada canção. “Escrevemos sobre nós”, confirma o vocalista e letrista. “Claro que há um subtexto em que toda a gente interpreta à sua maneira. Se calhar no passado éramos até muito mais metafóricos, mais fechados sobre nós próprios e a maioria das letras era quase feita de privates. Mas qualquer pessoa podia puxar alguma coisa do texto.”

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Na sua sala do HAUS as guitarras estão sempre fora da caixa, os cabos estão ligados o tempo todo, a bateria está montada só à espera de ser açoitada DR

Mesmo Ratos, single de Turbo Lento e cuja leitura não custaria a decifrar como um libelo contra uma sociedade com vidas-prontas-a-usar, cidadãos pouco diferentes de hamsters a correr infinitamente numa roda para lugar nenhum, assume a primeira pessoa do singular. A haver tomada de posição política nas canções dos Linda Martini, essa posição passa pelo indivíduo e não por um arco global. “No hardcore e no punk há muito o panfletário ‘faz isto, não faças assado’, ‘o sistema está podre’, ‘não comas carne’, a crítica social está sempre muito presente”, comenta André. “Se calhar também foi um desvio que fizemos em relação à letra quando procurámos, de início, um som diferente, porque nunca quisemos ser paizinhos de ninguém. Tornou-se mais fácil escrever para dentro.”

Da mesma maneira que foram experimentando novas texturas de guitarra e assimilando diferentes transformações na sua música, também as letras evoluíram no caminho até Sirumba. Agora, abre-se espaço para que as canções acolham histórias e personagens exteriores ao grupo, como a mulher casadoira de “Bom Partido”, alinhando em decisões de vida por puro automatismo. Em Tremor Essencial, de Turbo Lento, ouvíamos os versos “não queiras ser como toda a gente / não queiras crescer de repente”, essa ideia que persiste ainda nos Linda Martini de que cada um deve assumir as suas acções e de que o “mundo adulto” pouco difere da brincadeira pintada a preto-e-branco maniqueísta da sirumba – o jogo de crianças que dividia o universo entre polícias e ladrões, em que para um vencer todos os outros têm de perder, em que a glória pertencia ao ladrão que conseguia não ser apanhado.

Na casa de Sirumba
Nova viagem de metro e desembarcamos em Santa Apolónia, zona onde Linda Martini e Paus instalaram o seu estúdio e salas de ensaios HAUS, sala de partos deste Sirumba. Após um ano de 2014 dedicado a colaborações com Gisela João, Deolinda e Xana, e à preparação da revisitação dos EP e dos dois primeiros álbuns em três noites consecutivas no Musicbox em Março de 2015, foi fundamental a chegada, há um ano, a um espaço em que todo o seu arsenal não tem de ser montado e desmontado a cada ensaio, consequência de no HAUS gozarem de uma sala de ensaios para seu uso exclusivo.

Na sua sala do HAUS as guitarras estão sempre fora da caixa, os cabos estão ligados o tempo todo, a bateria está montada só à espera de ser açoitada. A estas condições juntou-se a novidade de André Henriques ter deixado o emprego a tempo inteiro e mudado a sua rotina diária para Santa Apolónia. “Felizmente tínhamos este sítio onde conseguíamos estar juntos no meio dos desencontros”, diz André, lembrando que 2015 foi um ano em que Hélio preparou um novo álbum dos Paus, Pedro trabalhou com Aline Frazão e Capicua, e Cláudia dedicou-se também a trazer uma criança ao mundo. O HAUS, comparam, parece-se com um clube recreativo em que a sala de ensaios faz as vezes da sala de matraquilhos. Quer isto dizer que, dispondo de um tempo distendido que não colocava pressão sobre o desenvolvimento de novas ideias, muitas horas eram passadas no sofá da entrada, na conversa ou a partilharem música. De repente, no final da jornada de trabalho, podiam lembrar-se que nem tinham pegado num instrumento, iam para a sala e, do nada, terminavam uma música.

A circulação de outros músicos pelo espaço ajudou também a que: Fábio Jevelim e Makoto Yagyu (dos Paus), co-produtores de Sirumba, acompanhassem o processo; o road manager do grupo impedisse que um riff de guitarra ultra orelhudo acabasse no disco quando, na verdade, era uma transposição involuntária de Pharrell a cantar “Happy”; cada tema fosse pensado individualmente, pensado e testado na escolha de sons, de dinâmicas e de frequências sem a pressa de despachar o trabalho em 5, 10, 20 dias.

A composição de Sirumba seria desbloqueada por um tema que, feitas as contas, ficou de fora. Dez Tostões, baptizado em homenagem a uma “garrafa de vinho de dez tostões” que animou um jantar entre Pedro e André, foi registado no mini-estúdio caseiro de Geraldes e “tinha uma ideia de espaço e de contenção” que o guitarrista considera ter antecipado o tom do álbum. “É natural que as mesmas quatro pessoas juntas acabem por soar muitas vezes ao mesmo. Como estávamos só os dois, ficou clara a ideia de que podíamos fazer algo que tivesse a emoção que a nossa música geralmente passa indo por outro caminho.”

Esse caminho leva a que os pedais de distorção estejam menos tempo ligados, as dinâmicas sejam mais trabalhadas e acabe por emergir uma mais pronunciada faceta melódica graças a esse espaço recém-descoberto entre os instrumentos. A inquietação está lá na mesma, talvez até mais tensa, talvez até mais audível porque, como diz Hélio, “pode conseguir-se passar mais essa inquietação se não estiver toda a gente a gritar”. Talvez hoje o tema que primeiro inflamou o público dos Linda Martini, “Amor Combate”, acreditam, nascesse com uma letra ligeiramente diferente. Em vez de “o nosso amor é um combate / que ganhe a melhor parte” é possível que ouvíssemos “o nosso amor é um combate / vou pedir a conta à parte”.