Associação de apoio a cidadãos inadaptados abre loja com produtos biológicos

CERCICA inaugura três novos equipamentos, sendo um deles uma área de artes gráficas para os mais jovens.

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Área ocupada pela agricultura biológica aumentou 7% num ano Daniel Rocha

A Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Cascais (CERCICA) vai ter, a partir desta quarta-feira, três novos equipamentos para dar melhores condições de trabalho e aprendizagem aos utentes.

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A Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Cascais (CERCICA) vai ter, a partir desta quarta-feira, três novos equipamentos para dar melhores condições de trabalho e aprendizagem aos utentes.

Num investimento de cerca de 140 mil euros, financiado por diferentes parceiros, a CERCICA terá agora uma loja no Cergarden, um espaço destinado à produção de agricultura biológica, uma área de artes gráficas para os mais jovens e uma sala destinada aos idosos.

"É um passo muito importante para nós, porque vem consolidar o nosso trabalho e dar mais condições de aprendizagem aos nossos jovens, porque vai dar mais possibilidade de emprego a pessoas com deficiência e porque vai dar aos mais velhos a oportunidade de terem as suas atividades", descreveu a directora da CERCICA, Rosa Neto.

Actualmente a empregar 20 pessoas com deficiência, a responsável disse ainda à Lusa que pretende, "muito em breve", empregar quatro novas pessoas.

Além disso, a produção de agricultura biológica num horto com 500 metros quadrados é uma das novas actividades que a CERCICA vai passar a disponibilizar aos seus mais de 1900 utentes.

O Cergarden foi criado para dotar a CERCICA das infra-estruturas necessárias para a produção de agricultura biológica, transformação e venda destes produtos e onde estão instalados um grande espaço destinado à secagem de ervas aromáticas e medicinais e uma loja para comercialização destes e doutros produtos manufacturados na instituição, como artesanato, livros, quadros, tudo produzido pelos utentes.

Além deste, foi construído um outro edifício destinado a acolher um centro de produção em braille e uma área de formação e produção de artes gráficas, onde serão produzidos livros e outros materiais. Quer o edifício, quer o seu equipamento foram totalmente financiados pela Câmara de Cascais.

O terceiro edifício é composto pelo "Espaço S", destinado aos utentes com mais de 45 anos que terão ali todos os recursos necessários à organização dos seus tempos livres e poderão conviver e desenvolver um conjunto de atividades que ajudem a retardar o seu envelhecimento precoce.

Estes novos equipamentos ocupam uma área que ronda os 1000 metros quadrados e foram inaugurados nesta quarta-feira na presença da secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, do presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, e do presidente da CERCICA, Pedro Alarcão.

Para Carlos Carreiras, a CERCICA é uma "instituição indispensável para Cascais" e os novos investimentos "reforçam o seu posicionamento como modelo para o país".

"A CERCICA é pioneira na inovação social e na criação de uma economia social que cria oportunidades para quem não as tem. O país deve olhar para a Cercica para perceber como se podem criar postos de trabalho e uma economia inclusiva", afirmou o autarca.