Manifestante anti-Trump agredido ao soco e pontapé no Arizona

Candidato à nomeação republicana queixa-se de "duplo critério" dos media e pergunta quando é que manifestantes vão passar a ser responsabilizados pelos seus actos provocatórios.

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Donald Trump recusou condenar o ataque a um manifestante expulso de um dos seus comícios George Frey/Getty Images/AFP

Por onde passa a campanha do milionário Donald Trump à nomeação republicana para as presidenciais dos Estados Unidos, instala-se a confusão e, aparentemente, a pancadaria – como no comício da cidade de Tucson, no Arizona, em que um manifestante “infiltrado” que protestava contra o candidato que promete “tornar a América grande” foi violentamente agredido com socos e pontapés por um dos seus simpatizantes.

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Por onde passa a campanha do milionário Donald Trump à nomeação republicana para as presidenciais dos Estados Unidos, instala-se a confusão e, aparentemente, a pancadaria – como no comício da cidade de Tucson, no Arizona, em que um manifestante “infiltrado” que protestava contra o candidato que promete “tornar a América grande” foi violentamente agredido com socos e pontapés por um dos seus simpatizantes.

Não foi o primeiro incidente de protestos e confrontos em comícios de Trump, mas segundo a imprensa norte-americana, o caso foi o mais violento que se registou até agora. O próprio candidato, na sua habitual ronda matinal pelos programas televisivos, este domingo, reconheceu que tinha sido “difícil” ver o vídeo do ataque da noite anterior, que mesmo assim se recusou a condenar.

Aliás, como noutras ocasiões, Trump acabou por responsabilizar a vítima em vez do agressor, argumentando que os media têm um duplo critério quando se trata de agressões em protestos contra si. “Quando é que a culpa vai passar a ser dos manifestantes?”, quis saber, sugerindo que teria sido o comportamento deste manifestante a lançar a confusão: a vítima, acusou, integrava um vasto grupo de infiltrados que gritava obscenidades e fazia-se acompanhar por um outro indivíduo vestido com um “uniforme” do Ku Klux Klan (era, na realidade, uma mulher que trazia um capuz na cabeça semelhante aos do KKK).

“Parece-me muito injusto, realmente, que ninguém diga nada contra a presença destes manifestantes que, nalguns casos são profissionais do protesto, e noutros casos são pessoas perturbadas, e que tentam bloquear estradas para impedir que milhares de americanos patriotas possam ir assistir a um comício tranquilamente”, lamentou Donald Trump, no programa This Week da cadeia ABC.

O controverso xerife Joe Arpaio – que foi acusado de perseguição e actos discriminatórios contra hispânicos, e é um apoiante declarado da candidatura de Trump – confirmou que tinha dado ordens aos seus agentes para deterem todos os manifestantes que interferissem com o acesso ao comício do milionário. Como explicou à CBS News, as instruções eram que todos os que tentassem bloquear a estrada fossem “atirados para a cadeia”.

Nas mesmas declarações matinais, Donald Trump defendeu a acção determinada do seu director de campanha, Corey Lewandowski, e do seu conselheiro Daniel Scavino, que intervieram junto dos manifestantes do comício de Tucson, identificando aos seguranças no local quais os indivíduos que deviam ser escoltados até à saída do pavilhão. Imagens de vídeo mostram Lewandowski a agarrar um homem pelos colarinhos e abaná-lo de um lado para o outro para o obrigar a sair do lugar: a campanha diz que se tratou de um mal-entendido.

O director de campanha é reincidente neste tipo de abordagem agressiva, tendo já sido acusado por uma jornalista do portal conservador Breitbart.com de ter sido empurrada com força por Lewandowski quando se aproximava de Donald Trump para lhe fazer uma pergunta.