Transístor: nova plataforma online quer comunicar ciência
Criada por investigadores, a Transístor quer captar a atenção do público "pela criatividade e pela estética" dos materiais científicos. Uma agenda cultural e uma bilheteira vão também estar disponíveis
Uma plataforma de comunicação de ciência que agrega, divulga e produz conteúdos e actividades criativas nesta área está a ser desenvolvida por investigadores portugueses, com o objectivo de aproximar a ciência da sociedade. A "start-up" fundada em meados de 2015 foi apresentada durante o Pitch Day — iniciativa para apresentação de novas negócios —, organizado pelo Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), em Fevereiro.
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Uma plataforma de comunicação de ciência que agrega, divulga e produz conteúdos e actividades criativas nesta área está a ser desenvolvida por investigadores portugueses, com o objectivo de aproximar a ciência da sociedade. A "start-up" fundada em meados de 2015 foi apresentada durante o Pitch Day — iniciativa para apresentação de novas negócios —, organizado pelo Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), em Fevereiro.
Um dos objectivos da Transístor, primeiramente designada como Projecto Enzima, é "fazer uma triagem dos conteúdos de ciência já existentes, agregando-os", disse à Lusa umas das fundadoras da empresa, Joana Barros. Dessa forma, os investigadores pretendem atrair o público "não só pela ciência mas também pelo conceito, pela criatividade e pela estética que esses materiais possam ter", referiu a investigadora da Associação Viver a Ciência e Instituto Gulbenkian de Ciência.
O conceito foi desenvolvido para captar a atenção de um público abrangente, "que se interessa por ciência mas também por arte e multimédia criativa", e "não só do público escolar ou académico". Para além disso, uma das finalidades é atingir e envolver os próprios divulgadores e comunicadores, "que já são muitos e que não têm nenhuma plataforma para divulgação", bem como os investigadores.
A Transístor vai englobar uma agenda cultural e uma bilheteira — para facilitar o acesso aos eventos —, uma videoteca e um banco de imagens, cuja diferença em relação aos outros meios passa pela selecção e pela triagem do material. "É algo que não existe em Portugal e que, pelo nosso conhecimento, não existe em nenhum lugar do mundo", informou a co-fundadora Joana Barros, acrescentando que pretendem "unir a arte com o rigor científico".
Os conteúdos existentes na plataforma vão ser traduzidos e legendados para português, o que permite a abertura a outros países lusófonos. Um sub-projecto da Transístor, no qual vão ser a produzidos dez vídeos de investigação científica acompanhados por músicas de dez compositores portugueses, de diferentes estilos musicais, vai ser divulgado em breve, referiu Joana Barros.
De acordo com outra das fundadoras, Susana Lamas, esta "é uma forma de estimular e despertar a curiosidade das pessoas para conhecer mais sobre ciência", visto que, além da música, também vão ser transmitidas informações para explicar o conteúdo dos vídeos. "Somos dos países em que há maior interesse em ciência e tecnologia, mas cujos cidadãos consideram estar pior informados nestas áreas", acrescentou a investigadora, membro do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho.
Para garantir a sustentabilidade do projecto, onde participa também o investigador Sílvio Mendes, a equipa pretende fornecer serviços de consultoria, em conjunto com a produção audiovisual. Oficinas de arte e ciência também fazem parte dos serviços da empresa, onde vai ser possível explorar um tema científico, indicado por um cientista, através de uma expressão artística — pintura, fotografia ou graffiti, por exemplo.