Doze pessoas morrem, por dia, com infec¸o~es hospitalares. Ha´ soluc¸o~es?
Ninguém deve contrair uma infeção no hospital que não tinha quando chegou e importa implementar boas práticas
Nos últimos dias surgiram os números relativamente às mortes causadas por infeções: doze pessoas por dia morrem por infeções hospitalares e, em comparação, este número é sete vezes maior do que as mortes por acidentes de viação em Portugal. Quando me deparei com os factos, o primeiro pensamento (já para além do porquê) foi: há soluções?
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Nos últimos dias surgiram os números relativamente às mortes causadas por infeções: doze pessoas por dia morrem por infeções hospitalares e, em comparação, este número é sete vezes maior do que as mortes por acidentes de viação em Portugal. Quando me deparei com os factos, o primeiro pensamento (já para além do porquê) foi: há soluções?
Estes números surgem do relatório "Portugal – Prevenção e Controlo de Infecções e Resistência aos Antimicrobianos 2015" apresentado esta semana pela Direção-Geral de Saúde (DGS), que destacou pela primeira vez a mortalidade associada a este problema.
As infeções associadas aos cuidados de Saúde (IACS) são infeções contraídas quando são prestados cuidados de saúde e (ou) durante uma estadia num estabelecimento de saúde.
A prevenção e o controlo são as palavras-chave: “Otimizar as boas práticas de prevenção e controlo da transmissão da infeção nos serviços de saúde, adequando os processos e encontrando novas formas, mais eficientes, de os implementar”, escreve a DGS no relatório. Mais uma vez, a pergunta que podemos colocar é: como fazer esta otimização?
Inovar soluções
A primeira vez que ouvi falar deste problema, um pouco ainda sem noção da sua proporção, foi em 2014, quando conheci a ihcare – Innovation Hospital Care, uma empresa dedicada a desenvolver soluções inovadoras nos cuidados de saúde. Esta "startup nacional", de forte cariz inovador e orientação internacional, apresenta uma solução há muito desejada pelo mercado, que promete atacar a problemática da infeção hospitalar com significativos ganhos de performance.
Este projeto de empreendedorismo no feminino é liderado por Diana Pires, que ainda enquanto estudante do ensino superior identificou a necessidade de melhorar a forma como os cuidados de higiene no leito eram prestados, convertendo-a assim numa oportunidade empresarial.
“A implementação do 'showercare' (um sistema de banhos para pessoas acamadas) ao setor da saúde, em que os padrões de qualidade e inovação são exímios, permitirá a prestação de cuidados de higiene de valor acrescentado, com melhorias significativas na área da saúde e controlo de sobrecustos decorrentes das infeções associadas aos cuidados de saúde”, explica a fundadora.
No fundo, ninguém deve contrair uma infeção no hospital que não tinha quando chegou. Importa implementar boas práticas e este é um exemplo que acaba por nos mostrar a importância da inovação quando se fala de criar soluções.
Texto escrito segundo o novo Acordo Ortográfico, a pedido do autor.