Receitas da maior empresa mineira em Portugal caíram 33% desde 2011

Pressão provocada pela baixa de preços afecta também os resultados líquidos, podendo a empresa do Baixo Alentejo sofrer prejuízos este ano.

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Daniel Rocha/Arquivo

A contínua descida da cotação dos preços do cobre e do zinco estão a emagrecer largamente os resultados da Somincor – Sociedade Mineira de Neves Corvo, que é detida integralmente pelos canadianos da Lundin Mining. Em 2015, a empresa situada no Baixo Alentejo (perto de Castro Verde) teve um volume de negócios de 269,5 milhões de euros, menos 5% face ao ano anterior. Fazendo a comparação com 2011, ano em que as receitas chegaram aos 402 milhões de euros, a queda é de 33%. Para este ano, a previsão é de nova quebra, chegando aos 222,9 milhões (-17% em termos homólogos).

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A contínua descida da cotação dos preços do cobre e do zinco estão a emagrecer largamente os resultados da Somincor – Sociedade Mineira de Neves Corvo, que é detida integralmente pelos canadianos da Lundin Mining. Em 2015, a empresa situada no Baixo Alentejo (perto de Castro Verde) teve um volume de negócios de 269,5 milhões de euros, menos 5% face ao ano anterior. Fazendo a comparação com 2011, ano em que as receitas chegaram aos 402 milhões de euros, a queda é de 33%. Para este ano, a previsão é de nova quebra, chegando aos 222,9 milhões (-17% em termos homólogos).

A pressão do preço dos minérios levou agora a empresa de rating ARC a baixar a nota dada à Somincor de “A-1” para “A-2”. A medida vem reflectir a diminuição de capacidade de gerar fluxos financeiros, apesar de se manter como “uma empresa com uma estrutura financeira muito sólida”. A ARC (ex-Companhia Portuguesa de Rating, que se juntou a outras empresas) prevê mesmo que, este ano, a Somincor feche o exercício com prejuízos, que podem chegar aos 18 milhões de euros. Parte deste valor será explicado pelos custos com amortizações e provisões, que deverão ultrapassar os 61 milhões. 

Contactada, fonte oficial da empresa afirma que o valor “é apenas uma previsão” avançada pela empresa de rating, “tendo em conta a baixa cotação dos metais”. “Esperemos que haja subida” dos preços, referiu a mesma fonte.

Conforme se lê no relatório elaborado pela ARC, os lucros da Somincor baixaram de 44,4 milhões de euros em 2014 para 16,1 milhões no ano passado.

“A Somincor prevê que as despesas de investimento ascendam a 49,5 milhões de euros em 2016 (totalmente em investimentos correntes), o que, considerando a geração de fluxos estimada de 29,1 milhões, implicará a redução do saldo de disponibilidades, passando de 25,9 milhões no fim de 2015 para 5,5 milhões no fim de 2016”, lê-se no relatório de análise feito pela empresa de rating. Para fazer face a estes constrangimentos, a Somincor estará a rever todos os seus projectos de investimento e processos operacionais com o objectivo de reduzir as despesas.

Um desses projectos de investimento é o da expansão da área de mineração de zinco. O grupo Lundin Mining já anunciou que o “estudo de avaliação da viabilidade de uma expansão das operações de zinco em Neves-Corvo está concluído, embora uma decisão de investimento na expansão do zinco continue diferida, pendente da recuperação do mercado”. O PÚBLICO questionou a empresa sobre a partir de que ponto é que a expansão passa a ser viável, mas não obteve resposta.

Este projecto inclui o desenvolvimento mineiro dos depósitos de zinco da zona inferior do Lombador, e tem um valor estimado para o custo do investimento, incluindo um ano de desenvolvimento mineiro, que ascende a cerca de 245 milhões, a realizar em dois anos. 

Além da Somincor, que está entre as dez maiores exportadoras de Portugal (diferenciando-se das restantes por quase não efectuar importações), o grupo Lundin Mining tem operações no Chile, Suécia e Estados Unidos, bem como posições minoritárias numa mina de cobre e de cobalto na República Democrática do Congo e numa refinaria de cobalto na Finlândia.