Governo mantém dotação de sete milhões de euros para a Casa da Música
Presidente da administração diz que a fundação vai ter de procurar novas fontes de receita, mas que o serviço público da instituição não está em causa.
A Fundação Casa da Música vai receber em 2016 a mesma dotação dos últimos anos por parte do Estado: sete milhões de euros. A verba foi anunciada esta sexta-feira aos jornalistas pelo presidente da administração, José Amaral, no final do conselho de fundadores. O que significa que a Casa da Música terá de encontrar “novas fontes de receita”, eventualmente recorrendo “a fundos comunitários” – admitiu José Amaral –, para responder às dificuldades de uma instituição que nos últimos anos perdeu três milhões de euros relativamente à verba de dez milhões consagrada no decreto-lei que lhe deu origem.
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A Fundação Casa da Música vai receber em 2016 a mesma dotação dos últimos anos por parte do Estado: sete milhões de euros. A verba foi anunciada esta sexta-feira aos jornalistas pelo presidente da administração, José Amaral, no final do conselho de fundadores. O que significa que a Casa da Música terá de encontrar “novas fontes de receita”, eventualmente recorrendo “a fundos comunitários” – admitiu José Amaral –, para responder às dificuldades de uma instituição que nos últimos anos perdeu três milhões de euros relativamente à verba de dez milhões consagrada no decreto-lei que lhe deu origem.
Presente também na reunião dos fundadores, João Soares teceu rasgados elogios à gestão do equipamento, e à “cooperação institucional, numa lógica de lealdade fraterna” entre os fundadores, o Ministério da Cultura e a Câmara Municipal do Porto.
Sublinhando “a situação difícil para o conjunto do país”, o ministro da Cultura apresentou a Casa da Música como “um bom exemplo” – de “trabalho, imaginação e inteligência” – que espera ver seguido em todo o país. E negou a ideia de que a instituição portuense esteja com problemas de fundos pelo facto de ter sido obrigada a recorrer às suas reservas para suprir os cortes dos últimos anos.
José Amaral afirmou também que a sustentabilidade da Casa não está em causa.
“A Casa da Música vai prosseguir a sua actividade sem alterações substanciais, e vai procurar manter a sua qualidade”, acrescentou o presidente da administração, lembrando que a instituição conseguiu ultrapassar “o momento crítico”, quando, no mandato do anterior Governo, houve o corte adicional de mais um milhão de euros. “Ajustámos a gestão aos recursos que temos”. “Não foi sem consequências que esse corte foi feito: uma programação mais reduzida, reduções na nossa ambição de crescimento e desenvolvimento, mas a viabilidade da Casa não está em causa”, reafirmou José Amaral.
Antes de participar no conselho de fundadores da Casa da Música, João Soares assistiu à apresentação, no Museu da Misericórdia do Porto, do quadro de Joseja de Óbidos, A Sagrada Família com São João Baptista, Santa Isabel e Anjos, adquirido pela instituição em Janeiro último num leilão da Sotheby’s, em Nova Iorque, por 228 mil euros.
Na altura, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, anunciou ir propor na próxima reunião do executivo a doação de 15 mil euros para a campanha nacional de aquisição do quadro de Domingos Sequeira para o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
“São exemplos e iniciativas destas que é preciso seguir no plano nacional”, disse João Soares à saída da Casa da Música.