Volume de negócios da Sonae superou os cinco mil milhões em 2015
Resultado líquido atribuível a accionistas aumentou 21,9% para 175 milhões de euros.
O volume de negócios da Sonae atingiu os 5014 milhões de euros em 2015, um aumento de 0,8% face ao ano anterior que ficou a dever-se “principalmente ao desempenho positivo dos negócios de retalho”.
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O volume de negócios da Sonae atingiu os 5014 milhões de euros em 2015, um aumento de 0,8% face ao ano anterior que ficou a dever-se “principalmente ao desempenho positivo dos negócios de retalho”.
De acordo com a informação enviada pela Sonae à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o EBITDA consolidado (resultados antes de juros, impostos e amortizações) situou-se em 393 milhões de euros, equivalente a uma margem EBITDA de 7,8%.
O resultado líquido atribuível a accionistas totalizou 175 milhões de euros, valor que compara com 44 milhões de euros em 2014. A Sonae, que é proprietária do PÚBLICO, adianta que “o crescimento de 21,9% traduz a manutenção do forte desempenho operacional da NOS e a qualidade dos activos da Sonae Sierra e da Sonae RP, bem como o esforço do retalho para oferecer a melhor proposta de valor e a aposta dos diversos negócios na sua crescente internacionalização”.
O resultado directo cresceu 1,1%, para 128 milhões de euros e o resultado indirecto totalizou 49 milhões de euros, aumentando de forma significativa face aos 19 milhões de euros verificados no ano anterior. “Esta evolução beneficiou dos movimentos non-cash [não monetários] relacionados com a reavaliação dos activos da Sonae Sierra, efectuada em 31 de Dezembro de 2015, assim como dos efeitos mark to market [valor de mercado] e dividendos da NOS”.
Por segmentos de negócio, o maior contributo continua a vir da Sonae MC, no retalho alimentar, cujo volume de negócios ascendeu a 3490 milhões de euros, representando um aumento de 0,8% quando comparado com o exercício anterior. “No quarto trimestre do ano, esse crescimento foi ainda mais robusto, atingindo 1,8%”, refere o comunicado.
Durante o ano, a Sonae MC concretizou a abertura de 11 lojas Continente Bom Dia, duas lojas Continente Modelo e 65 lojas Meu Super, o modelo de franquia de retalho alimentar.
Em 2015, a margem underlying EBITDA (calculado pelo método de consolidação integral) foi de 6,2%, correspondendo a um underlying EBITDA de 215 milhões de euros.
No retalho especializado, o volume de negócios da Sonae SR atingiu 1294 milhões de euros, o que incorpora um aumento de 0,4% quando comparado com 2014, em boa parte devido ao desempenho da Worten e da Sport Zone em Espanha. “As vendas por metro quadrado da Sonae SR continuaram a melhorar, alcançando um crescimento médio de 4,1% em 2015”, adianta a empresa. Actualmente, a Sonae está presente em 72 países.
A Sonae RP, unidade de imobiliário de retalho, concretizou operações de sale & leaseback (venda com arrendamento) que totalizaram 185 milhões de euros, tendo uma ganho de capital estimado de 40 milhões de euros, refere o comunicado.
Na Sonae IM, unidade de gestão de investimentos, o volume de negócios ascendeu a 249 milhões de euros, tendo o underlying EBITDA totalizado 16 milhões de euros, que se traduziu numa margem de 6,5%.
Nos centros comerciais, o resultado directo da Sonae Sierra aumentou 15,7%, para 61 milhões de euros e o valor das propriedades de investimento aumentou em 109 milhões de euros. As vendas dos lojistas na Europa cresceram 2% e no Brasil 2,8% em reais.
Nas telecomunicações, as receitas operacionais da NOS aumentaram 4,4% em 2015, para 1444 milhões de euros, reflectindo o forte desempenho operacional neste período.
O investimento atingiu os 300 milhões de euros em 2015, em crescimento orgânico e aquisições, de que a empresa destaca as aquisições de participações na Ulabox (e-commerce), Makenotes (papelaria), Elergone (serviços energéticos) e Losan (wholesale de moda).
A dívida líquida totalizou 1293 milhões de euros, menos 20 milhões de euros do que no final do terceiro trimestre de 2015, apesar do pagamento antecipado de dividendo realizado em Dezembro.
Comentando os resultados, Ângelo Paupério, co-CEO (presidente da comissão executiva) da Sonae, refere que “o ano de 2015 foi globalmente positivo para a Sonae. Os progressos alcançados ao longo das principais linhas estratégicas foram relevantes e os resultados obtidos nos negócios, embora díspares, foram bons”.
O gestor destaca ainda a concretização, no último ano, de uma mudança organizacional que “permitiu conferir aos diferentes negócios muito maior autonomia e foco estratégico, aumentando também a flexibilidade e agilidade necessárias para fazer face às cada vez mais frequentes alterações do enquadramento”.