Jerónimo Martins vai abrir mais de 200 lojas por ano na Colômbia
Com 149 supermercados Ara no país, a empresa portuguesa tem como meta chegar às mil lojas em 2020. Investimento estimado é de 500 milhões de euros.
A Jerónimo Martins quer acelerar a expansão na Colômbia e, até 2020, tem planos para chegar às mil lojas Ara, num investimento total estimado de 500 a 600 milhões de euros. O grupo liderado por Pedro Soares dos Santos abrirá, assim, mais de 200 novas lojas por ano, nos próximos quatro.
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A Jerónimo Martins quer acelerar a expansão na Colômbia e, até 2020, tem planos para chegar às mil lojas Ara, num investimento total estimado de 500 a 600 milhões de euros. O grupo liderado por Pedro Soares dos Santos abrirá, assim, mais de 200 novas lojas por ano, nos próximos quatro.
A estratégia da empresa portuguesa foi apresentada nesta terça-feira na Colômbia a um grupo de investidores e analistas. A concretizar-se o plano de expansão, a Jerónimo Martins terá mais lojas naquele país do que em Portugal (actualmente há 400 supermercados Pingo Doce). A Polónia é o mercado que mais pesa nas vendas, onde já há mais de 2667 Biedronka. Aos jornalistas, Pedro Soares dos Santos antecipou que não põe de lado a expansão para outros países da América Latina, numa Europa estagnada e como consumo em baixa. Quanto a lucros, a estimativa é conseguir números positivos em 2018.
Com as mil lojas Ara, o chairman da Jerónimo Martins, quer, assim, cobrir 77% da Colômbia, onde o grupo entrou há três anos, começando na região do Eixo Cafeteiro. “Isto é crucial e é a forma como vejo e sinto, agora, juntamente com a equipa”, disse. Para conseguir assegurar a expansão e passar das actuais 149 lojas (duas inauguradas esta semana), Pedro Soares dos Santos disse ainda ser fundamental “preparar o crescimento com os fornecedores”. “Sem eles não somos capazes”, sublinhou, destacando a importância das marcas próprias na cadeia Ara, que valem já quase 39% das compras. “Há uma grande indústria alimentar preparada para crescer connosco”, continuou.
As vendas da Ara ainda não têm peso nas contas da Jerónimo Martins, cuja principal fonte de receitas é a Biedronka. Em 2015, fechou o ano com 122,5 milhões de euros de facturação (142 lojas até Dezembro). Este ano, no segundo semestre, o plano é entrar na terceira região da Colômbia, Bogotá e arredores, depois do Eixo Cafeteiro e da Costa do Caribe, onde tem apostado em lojas de proximidade e de pequena dimensão.
Num país onde a economia “é a do dia-a-dia”, e onde os salários são pagos à quinzena, a cadeia portuguesa está ainda a tentar compreender o consumidor. “Estamos na fase de ouvir mais do que falar”, disse Pedro Soares dos Santos, acrescentando que um dos primeiros desafios foi perceber a geografia. “As pessoas organizam-se por regiões, comem por regiões”, ilustrou.
O comércio tradicional é quem lidera no mercado, com mais de 300 mil pontos de venda, apesar da presença de cadeias de grande distribuição de grande dimensão, como o gigante francês Casino Guichard Perrachon, dono dos supermercados Geant Casino e Monoprix em França e com mais de 14 mil lojas em todo o mundo. Lidera o mercado com os Almacenes Éxito e outras declinações como o supermercado Éxito e o Éxito Express. O concorrente mais directo da cadeia Ara é o D1, cadeia de hard disccount, com 388 lojas de pequena dimensão.
Tendo em conta que é no comércio tradicional que se encontra a concorrência mais séria, Pedro Veloso, presidente executivo da Jerónimo Martins Colômbia, admitiu que a expansão esperada para os próximos quatro anos pode passar pela aquisição de pequenos estabelecimentos independentes. De parte, fica para já o formato de franchising.
“Sentimo-nos confiantes de que entramos num novo clico”, destacou Pedro Veloso, admitindo que a empresa ainda não dá lucro, nem está “ao nível” que quer. O PÚBLICO viajou a convite da Jerónimo Martins