Penhora obriga Museu do Côa a fechar loja
A instituição tem vivido os últimos meses em situação de estrangulamento financeiro.
A loja do Museu do Côa encerrou esta terça-feira à tarde, após a Fundação Côa Parque ter sido notificada de que o seu conteúdo estava penhorado. A informação, que o PÚBLICO confirmou junto dum funcionário do museu, é apenas mais um episódio da situação de estrangulamento financeiro em que a instituição tem vivido ao longo dos últimos meses.
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A loja do Museu do Côa encerrou esta terça-feira à tarde, após a Fundação Côa Parque ter sido notificada de que o seu conteúdo estava penhorado. A informação, que o PÚBLICO confirmou junto dum funcionário do museu, é apenas mais um episódio da situação de estrangulamento financeiro em que a instituição tem vivido ao longo dos últimos meses.
No final do mês passado os salários só puderam ser pagos com recurso a um empréstimo bancário, já houve penhoras anteriores, e as visitas guiadas, com apenas dois jipes disponíveis, estão reduzidas ao mínimo.
A solução irá provavelmente passar pelo fim da Fundação Côa Parque e pela escolha de um outro modelo de gestão, mas, enquanto o Ministério da Cultura não avança com uma solução, o Museu e o Parque Arqueológico estão a ter crescentes dificuldades em manter as portas abertas e funcionar com um mínimo de normalidade.
O ministro João Soares já deu a entender que não simpatiza com a ideia de manter a Fundação Côa Parque, actualmente presidida por António Ponte, que acumula a função com a de director regional de Cultura do Norte. No final de Fevereiro, Soares afirmou em audição parlamentar que “gostava de não ter encontrado uma fundação” a gerir o Museu e o Parque do Côa e admitiu que se poderia ver obrigado a “fazer alterações legislativas”.
O PÚBLICO tentou esta terça-feira saber junto do Ministério da Cultura se havia já uma expectativa de prazos para resolver a situação, mas teve apenas a confirmação de que o assunto está ser estudado e que a solução a encontrar deverá passar por um regresso à tutela directa do Estado.
Se assim for, o cenário que neste momento parece mais plausível é o de que o Museu e a Fundação fiquem a depender directamente da Direcção-Geral do Património Cultural, organismo para o qual o ministro nomeou recentemente a arquitecta e arqueóloga Paula Silva, que integrou o grupo de trabalho para a abertura do Museu do Côa.