Ainda há 156 milhões de euros em notas de escudos por trocar

Faz agora 14 anos que o euro passou a ser a nova moeda, mas no final do ano passado ainda havia milhões de notas válidas, de 500 a 10.000 escudos, que continuavam guardadas.

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O prazo máximo para trocar escudos por euros em Portugal termina em 2022 PÚBLICO/Arquivo

As notas de escudo que ainda podem ser trocadas por euros representam um valor equivalente a 156,1 milhões de euros, catorze anos após a introdução da moeda única em 12 países, incluindo Portugal. Ao todo, em quantidade, são 19,6 milhões de notas, de 500 a 10.000 escudos, espalhadas um pouco por todo o lado (em 2012, ano em que as notas de 20, 50 e 100 escudos já tinham perdido a validade, existiam 19,9 milhões de notas).

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As notas de escudo que ainda podem ser trocadas por euros representam um valor equivalente a 156,1 milhões de euros, catorze anos após a introdução da moeda única em 12 países, incluindo Portugal. Ao todo, em quantidade, são 19,6 milhões de notas, de 500 a 10.000 escudos, espalhadas um pouco por todo o lado (em 2012, ano em que as notas de 20, 50 e 100 escudos já tinham perdido a validade, existiam 19,9 milhões de notas).

De acordo com os dados do Banco de Portugal referentes a Dezembro do ano passado, o maior valor acumulado está nas notas de 5000 escudos, já que existem 2,1 milhões destas notas, perfazendo um montante de 53,6 milhões de euros, ou seja, 39% do total. Em termos de número de unidades, o destaque vai para as notas de 500 escudos, que chegam aos oito milhões, contra as 536 mil de 10.000 escudos que estão contabilizadas pelo banco central português (ver infografia).

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Não existe uma razão única que explique o facto de estas notas não terem sido trocadas por euros, tal como a lei permite. As hipóteses passam por factores como o coleccionismo, algum saudosismo (elemento de recordação), turistas que levaram as notas consigo antes de 2002, desconhecimento da possibilidade de converter estes valores, inércia e desinteresse, ou dinheiro que ficou guardado e nunca mais ninguém se lembrou.

Mesmo assim, todos os anos tem havido quem entregue notas de escudos ao Banco de Portugal e, com isso, receba euros. Trocaram-se cerca de 1,2 milhões de euros no passado, através de 75 mil notas, com destaque para as de 5000 escudos (passaram 23 mil para as mãos do Banco de Portugal, um número idêntico ao de 2014, ano em que o total de notas entregues chegou às 83 mil).

Atenção aos prazos
De acordo com as indicações do Banco de Portugal, “o prazo para a troca de notas de escudo é de 20 anos a partir da data da retirada de circulação da chapa a que a nota pertence”, algo que pode ser verificado na parte de frente da nota. Entre as que ainda estão válidas, o principal alerta vai para as notas de 10.000 escudos de “chapa 1”, cuja data limite para a troca é 1 de Janeiro de 2018. O calendário é o mesmo para a chapa 2 de notas de 5000 escudos, para a chapa 1 de 2000 escudos e para a chapa 12 de 1000 escudos. Antes disso, nenhuma nota corre o risco de perder a validade. Já o prazo máximo, e que abrange várias chapas de diferentes notas, é 1 de Março de 2022. No caso da mais valiosa, a de 10.000 escudos, a referência diz respeito à chapa 2.

Esta realidade, no entanto, não é uniforme para todos os países da zona euro. De acordo com as informações do Banco Central Europeu (BCE), o prazo para a troca das notas nacionais por euros é ilimitado em dez Estados que aderiram à moeda única, como a Alemanha, Bélgica, Irlanda, Luxemburgo e Áustria. Aliás, há casos em que a mesma lógica se aplica às moedas, que podem ser convertidas a qualquer momento na Alemanha, na Áustria ou na Irlanda, entre outros. Em Portugal, a opção de trocar moedas de escudo por euros terminou logo no final de Dezembro de 2002 (em 2005 acabou o prazo para as notas de 20 escudos, seguindo-se as 50 escudos em 2006 e das de 100 escudos em 2011).

O caso de Portugal, onde ainda há várias notas nacionais por trocar, não é isolado. Em Espanha, por exemplo, ainda havia no final do ano passado o equivalente a 1652 milhões de euros em pesetas que podiam ser convertidos. Isto após ao longo de 2015 terem sido trocados cerca de 12 milhões de euros. De acordo com dados citados pela Europa Press em Fevereiro deste ano, a maior parte deste valor diz respeito a notas, responsáveis por nove milhões de euros, cabendo o restante às moedas. No caso espanhol, o limite máximo para a conversão é o último dia de Dezembro de 2020, tanto para notas como para moedas.