Suinicultores desmobilizam de protesto mas prometem continuar a luta

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Protesto de suinicultores em Lisboa Nuno Ferreira Santos

Os suinicultores, que protestaram nesta sexta-feira em Lisboa, começaram a desmobilizar da manifestação às 21h40, com a promessa de que a luta pelo sector vai continuar.

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Os suinicultores, que protestaram nesta sexta-feira em Lisboa, começaram a desmobilizar da manifestação às 21h40, com a promessa de que a luta pelo sector vai continuar.

Perante os suinicultores, concentrados na Avenida Santos e Castro, na Alta de Lisboa, Vítor Menino, presidente da Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores, sublinhou que "o sector da suinicultura demonstrou hoje união, coesão e determinação para atingir o objectivo que é servir o país, os trabalhadores e todos aqueles que dependem deste sector".

Assim que os primeiros camiões começaram a circular - organização estima que aderiram a este protesto cerca de 300 camiões -, os suinicultores, escoltados por dezenas de polícias, começaram a buzinar, tornando a marcha lenta ruidosa.

Cerca das 22h10 já tinham desmobilizado todos os camiões da Alta de Lisboa.

Segundo Vítor Menino, dependem do sector da suinicultura cerca de 200 mil portugueses, que apenas querem "trabalhar, produzir e contribuir para a sustentabilidade de Portugal".

Este responsável lamentou a posição do Ministério da Agricultura, que não quis receber os representantes do sector da suinicultura, demonstrando que as muitas centenas de milhões de euros que este sector produz "não são importantes para o governo, nem para o país".

No final da sua intervenção, feita a partir de um taipal de um dos camiões, o presidente da Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores deixou uma promessa às centenas destes profissionais que aderiram ao protesto.

"Garanto-vos que a luta vai continuar enquanto tivermos força, energia e vida. Hoje perdemos uma batalha, mas não está tudo perdido. Vamos desmobilizar e regressar às nossas casas e amanhã serão contactados para vermos o que é que vamos fazer", afirmou Vítor Menino.

Enquanto ouviam o discurso, alguns suinicultores pediram a demissão do ministro da Agricultura, Capoulas Santos.

João Correia, um dos representantes dos suinicultores e que chefiou a delegação que acabou por não ser recebida pelo ministro da Agricultura, como pretendia, discursou imediatamente a seguir ao presidente da Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores.

Este responsável classificou de "manobra de diversão" o facto de ter a indicação de que a delegação iria ser recebida pelo ministro, quando foi informado de que Capoulas Santos não se encontrava no ministério, acrescentando que a tutela desrespeitou todos aqueles que trabalham no sector da suinicultura.

Os suinicultores acusaram ainda a polícia de os ter encaminhado para a zona Alta de Lisboa, a partir do final da tarde, e de os ter colocado numa "caixa de segurança".

O protesto ficou ainda marcado, segundo a PSP, por uma tentativa de invasão da Segunda Circular, que obrigou à intervenção de dezenas de elementos policiais que montaram um cordão policial entre os manifestantes e esta via de Lisboa.

Viveram-se alguns momentos de tensão e os ânimos ficaram exaltados, tendo um dos suinicultores sido atingido com gás pimenta nos olhos por um polícia, o qual foi transportado para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Cerca de 300 camiões de suinicultores do país inteiro deslocaram-se para Lisboa para protestarem em frente ao Ministério da Agricultura, pedindo ajuda para um sector que dizem estar "à beira do colapso".

A criação de quotas de produção com apoios a essa restrição para os sectores do leite e da carne de porco são algumas das propostas que Portugal vai defender na segunda-feira em Bruxelas, antecipou hoje à Lusa o ministro Capoulas Santos.

Entre os sete dos 27 estados-membros que apresentaram propostas, Portugal defende que a União Europeia negoceie, no plano político, para que seja levantado o embargo russo aos produtos europeus.