Trauma superado e via aberta para o "tri"
Eficácia do Benfica e algum desperdício do Sporting no derby que os “encarnados” venceram por 1-0. Campeonato tem um novo líder.
À carga normal de um confronto entre velhos rivais, havia várias dimensões a acrescentar a este derby. Era o primeiro contra o segundo, a melhor defesa contra o melhor ataque, o pretendente ao trono contra o monarca vigente. Até a perspectiva de Jorge Jesus contra a sua antiga equipa, que já havia derrotado por três vezes nesta época. Ou de mais uma tentativa de Rui Vitória para tentar derrotar um adversário directo, algo que sempre falhara. Acima de tudo, no entanto, a matemática das contas do título. E essas passaram a ser mais favoráveis ao Benfica, depois do triunfo alcançado sobre o Sporting, por 1-0. A nove jornadas do fim, o campeonato passa a ter um novo líder, o Benfica, que passou a ter dois pontos de vantagem sobre os “leões” e ultrapassou o trauma de não conseguir ganhar a Jorge Jesus.
Não houve surpresas substanciais nas estratégias dos dois treinadores para este quarto confronto da época. A maior novidade, forçada, aconteceu na baliza benfiquista, em que o experiente Júlio César — lesionado, pára pelo menos um mês — deu o lugar ao seu compatriota bem mais jovem Ederson, o suplente que usa a camisola com o número um e que iria ter uma estreia de fogo em jogos para o campeonato pelos “encarnados”. Do lado do Sporting, Jesus apresentou um “onze” aproximado do seu melhor, com a recuperação de Adrien Silva e de Jefferson para a titularidade.
Pela natureza de um derby com tanto significado, o medo de errar seria sempre maior que a vontade de arriscar. Nos primeiros minutos foi o que aconteceu, cautelas com alguns erros à mistura, e sem grandes jogadas de perigo. Ainda assim, o Benfica parecia mais confortável no jogo, disposto a assumir as despesas ofensivas sem se importar com o ambiente hostil. Não que fosse um domínio avassalador, mas era a equipa que errava menos e que atacava com mais critério, forçando o erro na zona onde o Sporting tem mostrado alguma instabilidade, a defesa.
Foi assim que apareceu o golo aos 20’. A jogada começa em Jonas, que faz o cruzamento, Pizzi domina, ganha o duelo com Jefferson, a bola sobra para Samaris, que tenta o remate — a bola bate em William Carvalho, mas fica a pingar na grande área. Mitroglou chegou primeiro que Rui Patrício e fez o golo. Já não era a primeira vez que o Benfica se encontrava em vantagem em Alvalade nesta época. Já acontecera no jogo da Taça de Portugal e os “leões” tinham conseguido dar a volta.
Não houve uma resposta imediata do Sporting, que demorou a acertar o seu estilo de jogo curto e rápido. Mas podia ter empatado ainda antes do intervalo. Aos 40’, na sequência de um canto, Bruno César arranca um cruzamento que vai parar a Jefferson. Com via aberta, o brasileiro faz uso do seu pé esquerdo e arranca uma bomba que só pára na trave da baliza do Benfica. Os “leões” davam sinais de retoma e ainda teriam meio jogo para tentar a recuperação.
A intenção da reviravolta estendeu-se para a segunda parte, bem como a estratégia benfiquista de segurar a vantagem, magra, mas preciosa. Renato Sanches ainda tentou um remate de fora da área que passou perto do poste esquerdo da baliza de Patrício, mas foi o melhor que o Benfica conseguiu na área contrária na segunda parte. Na sua própria área, no entanto, foi quase impecável a resolver os problemas, principalmente pela dupla de centrais formada por Lindelof e Jardel.
Por onde andava João Mário e Ruiz, o Sporting criava perigo, mas não era eficaz. Aos 61’, o atacante da Costa Rica teve o golo nos pés após jogada individual, mas não conseguiu fazer o empate. Aos 72’, Slimani consegue ganhar a linha, faz o cruzamento, mas a bola bate em Ruiz e sai por cima. Dois minutos depois, Ruiz tenta redimir-se do falhanço com nova jogada individual, mas desta vez é Ederson a desviar para canto. Jesus foi lançando as armas ofensivas que tinha no banco, primeiro Gutiérrez, depois Schelotto e Gelson Martins, mas o discernimento foi desaparecendo da equipa do Sporting, enquanto a confiança benfiquista crescia.
Rui Vitória também foi fazendo a sua gestão, com as saídas sucessivas de Mitroglou, Pizzi e Jonas, e as entradas de Jiménez, Fejsa e Salvio, à procura da profundidade no ataque e da solidez no miolo. Já do lado de fora do campo, Adrien Silva (entretanto substituído) acabou por er expulso por reclamar com o árbitro por uma entrada duríssima de Renato Sanches sobre Ruiz, punida com o cartão amarelo. Mas já nada se alterou.
O Benfica é o novo líder isolado da Liga, com dois pontos de vantagem, e passa agora a depender apenas de si próprio para chegar ao tricampeonato.
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À carga normal de um confronto entre velhos rivais, havia várias dimensões a acrescentar a este derby. Era o primeiro contra o segundo, a melhor defesa contra o melhor ataque, o pretendente ao trono contra o monarca vigente. Até a perspectiva de Jorge Jesus contra a sua antiga equipa, que já havia derrotado por três vezes nesta época. Ou de mais uma tentativa de Rui Vitória para tentar derrotar um adversário directo, algo que sempre falhara. Acima de tudo, no entanto, a matemática das contas do título. E essas passaram a ser mais favoráveis ao Benfica, depois do triunfo alcançado sobre o Sporting, por 1-0. A nove jornadas do fim, o campeonato passa a ter um novo líder, o Benfica, que passou a ter dois pontos de vantagem sobre os “leões” e ultrapassou o trauma de não conseguir ganhar a Jorge Jesus.
Não houve surpresas substanciais nas estratégias dos dois treinadores para este quarto confronto da época. A maior novidade, forçada, aconteceu na baliza benfiquista, em que o experiente Júlio César — lesionado, pára pelo menos um mês — deu o lugar ao seu compatriota bem mais jovem Ederson, o suplente que usa a camisola com o número um e que iria ter uma estreia de fogo em jogos para o campeonato pelos “encarnados”. Do lado do Sporting, Jesus apresentou um “onze” aproximado do seu melhor, com a recuperação de Adrien Silva e de Jefferson para a titularidade.
Pela natureza de um derby com tanto significado, o medo de errar seria sempre maior que a vontade de arriscar. Nos primeiros minutos foi o que aconteceu, cautelas com alguns erros à mistura, e sem grandes jogadas de perigo. Ainda assim, o Benfica parecia mais confortável no jogo, disposto a assumir as despesas ofensivas sem se importar com o ambiente hostil. Não que fosse um domínio avassalador, mas era a equipa que errava menos e que atacava com mais critério, forçando o erro na zona onde o Sporting tem mostrado alguma instabilidade, a defesa.
Foi assim que apareceu o golo aos 20’. A jogada começa em Jonas, que faz o cruzamento, Pizzi domina, ganha o duelo com Jefferson, a bola sobra para Samaris, que tenta o remate — a bola bate em William Carvalho, mas fica a pingar na grande área. Mitroglou chegou primeiro que Rui Patrício e fez o golo. Já não era a primeira vez que o Benfica se encontrava em vantagem em Alvalade nesta época. Já acontecera no jogo da Taça de Portugal e os “leões” tinham conseguido dar a volta.
Não houve uma resposta imediata do Sporting, que demorou a acertar o seu estilo de jogo curto e rápido. Mas podia ter empatado ainda antes do intervalo. Aos 40’, na sequência de um canto, Bruno César arranca um cruzamento que vai parar a Jefferson. Com via aberta, o brasileiro faz uso do seu pé esquerdo e arranca uma bomba que só pára na trave da baliza do Benfica. Os “leões” davam sinais de retoma e ainda teriam meio jogo para tentar a recuperação.
A intenção da reviravolta estendeu-se para a segunda parte, bem como a estratégia benfiquista de segurar a vantagem, magra, mas preciosa. Renato Sanches ainda tentou um remate de fora da área que passou perto do poste esquerdo da baliza de Patrício, mas foi o melhor que o Benfica conseguiu na área contrária na segunda parte. Na sua própria área, no entanto, foi quase impecável a resolver os problemas, principalmente pela dupla de centrais formada por Lindelof e Jardel.
Por onde andava João Mário e Ruiz, o Sporting criava perigo, mas não era eficaz. Aos 61’, o atacante da Costa Rica teve o golo nos pés após jogada individual, mas não conseguiu fazer o empate. Aos 72’, Slimani consegue ganhar a linha, faz o cruzamento, mas a bola bate em Ruiz e sai por cima. Dois minutos depois, Ruiz tenta redimir-se do falhanço com nova jogada individual, mas desta vez é Ederson a desviar para canto. Jesus foi lançando as armas ofensivas que tinha no banco, primeiro Gutiérrez, depois Schelotto e Gelson Martins, mas o discernimento foi desaparecendo da equipa do Sporting, enquanto a confiança benfiquista crescia.
Rui Vitória também foi fazendo a sua gestão, com as saídas sucessivas de Mitroglou, Pizzi e Jonas, e as entradas de Jiménez, Fejsa e Salvio, à procura da profundidade no ataque e da solidez no miolo. Já do lado de fora do campo, Adrien Silva (entretanto substituído) acabou por er expulso por reclamar com o árbitro por uma entrada duríssima de Renato Sanches sobre Ruiz, punida com o cartão amarelo. Mas já nada se alterou.
O Benfica é o novo líder isolado da Liga, com dois pontos de vantagem, e passa agora a depender apenas de si próprio para chegar ao tricampeonato.