Escola Agrária de Coimbra quer criar reserva de borboletas autóctones

Instituição apresentou plataforma de crowdfunding para avançar com o espaço que planeia abrir ao público.

Foto
Escola Agrária pretende angariar 15 mil euros para o projecto Rui Gaudêncio

Os principais objectivos passam por aprofundar a investigação sobre borboletas enquanto se preservam espécies ameaçadas. Para a criação de uma micro-reserva natural de borboletas autóctones na Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), a instituição lançou uma campanha de crowdfunding que permita angariar 15 mil euros.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os principais objectivos passam por aprofundar a investigação sobre borboletas enquanto se preservam espécies ameaçadas. Para a criação de uma micro-reserva natural de borboletas autóctones na Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), a instituição lançou uma campanha de crowdfunding que permita angariar 15 mil euros.

“A ideia surgiu há dois anos”, explicou nesta quarta-feira Leila Rodrigues, do departamento de Ciências Sociais da ESAC, no lançamento da campanha. “A ideia original era fazer um jardim de borboletas, mas foi evoluindo para uma reserva natural de borboletas autóctones” que se propusesse criar e conservar várias espécies, “muitas delas em declínio” e risco de extinção.

Mark Carpenter, que apesar de leccionar na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra tem experiência e formação na criação de borboletas, explica que o projecto deve arrancar com cerca de 6 a 10 espécies. Entre elas a saturnia (uma espécie nocturna, a maior da Europa, que pode atingir entre 15 e 17 centímetros) ou a normalmente conhecida por rabo de andorinha (papilio macheon, uma espécie comum).

Os promotores querem atingir 15 mil euros ao longo de duas fases de crowdfunding. A primeira etapa da campanha encerra automaticamente ao fim de 60 dias sendo que, caso a meta de 7500 euros não seja alcançada, o valor de cada donativo é devolvido.

A primeira fase, na qual serão investidos os primeiros 7500 euros, passa pela aquisição e instalação de uma estrutura metálica e acessórios que permita recriar o habitat “propício a um berçário de borboletas”. Leila Rodrigues esclarece que, depois da construção do berçário e das infraestruturas de apoio, há a intenção de povoar com estas espécies a mata primitiva, que se encontra nos terrenos da instituição.
 
Entre as infraestruturas previstas, para além da estrutura de protecção e malhas, está um sistema de rega, casas de banho e uma casa de madeira para apoio e venda de merchandising.

A somar à preservação e investigação, a responsável, que faz parte de uma equipa de 15 pessoas da instituição envolvidas no projecto, refere também a sensibilização ambiental e o turismo sustentável como pontos centrais. A iniciativa tem também outra vertente, uma vez que conta com uma parceria com a instituição de inclusão social Hemisfério Solidários, que vai colaborar na área do merchandising. Uma vez criada, a reserva deverá estar aberta ao público e a visitas de estudo.
 
Mark Carpenter menciona a possibilidade aproveitar o projecto do ponto de vista comercial, uma vez que há em Portugal larvas, crisálidas e ovos de borboletas vulgares que são raros noutras partes do globo. Esta partilha pode também assumir carácter pedagógico, para distribuir por escolas, lembra. Uma outra componente do espaço que poderá ser visitado é um jardim de flores e plantas aromáticas que, segundo Leila Rodrigues, servirá como “ambiente preparatório” para a reserva.